Me disse um amigo novo
de muitos ontens passados
que amor é coisa de loucos,
e que nunca padecem pouco
os tais dos apaixonados.
Achei a coisa engraçada.
Pus-me a rir sem perceber,
Respondi sem me deter
que louco é quem não quer ver
que é o amor quem faz
a alegria florescer.
Desistimos do debate
eu e o amigo de ontem,
deixamos de lado o embate
e ele se foi sem rebate
voltar pra seu anteontem.
Os ontens então passaram
e o hoje logo chegou.
O amor me visitou.
Uma, duas e outras tantas.
A dor veio e me sangrou,
minha alegria virou pranto.
Voltei a ver tal amigo
esperando me ver-me abatida,
de tantas dores de amor,
expliquei-lhe assim, sem dor,
e qual não foi sua surpresa,
ao descobrir, que beleza,
que, continuo, atrevida,
amando de novo, outra vez
e meu amor é a vida!
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