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cronicas-->VIDA DE BANCÁRIO -- 29/01/2003 - 13:36 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando criança, meu plano para quando crescesse era ser lixeiro. Para que os mais jovens me entendam, lixeiros antigamente não eram essa equipe ruidosa que salta de enormes caminhões, recolhe correndo pacotes de lixo e se vai, num vapt-vupt. O lixeiro, assim como o carteiro, era quase pessoa da família, conhecido pelo nome e apelido. Mas o que me atraía na profissão não era isso: a dupla de lixeiros - trabalhavam sempre em dupla - era o que mais se aproximava da imagem do valente mocinho do faroeste; roupa surrada, um desbotado chapéu de aba, faquinha na cintura, lá iam eles chicoteando o velho cavalo da carroça. Eia, Silver! Avante! É bom frisar que naquele tempo ainda não havia o Beto Carrero.
Por outro lado, a figura que mais detestava - não, não era a do bandidão! - era a do bancário. O bancário, nos filmes e nos gibis, era aquele cara magrinho, de bigode fino, que usava um boné tipo quebra-luz. Quando havia algum assalto, tomava uma decisão imediata: escondia-se detrás do balcão.A última coisa que eu desejava era ser bancário.
Agora, vejam vocês como é a vida. Fui acabar sendo o quê? Um simples bancário. Viram, a língua não tem osso! Nunca digas desta água não beberei, etc., etc. Nunca sofri assalto, é verdade, mas sempre havia um balcão por perto, esperando a ocasião.
Comecei separando e arquivando papéis. Depois, procurando "envelopes redondos" para cartas-circulares. Mais tarde confeccionando lançamentos contábeis (que na verdade eram copiados de um modelo). Talvez para compensar a monotonia, comecei a rabiscar textos. Era preferível ser conhecido e apontado como "aquele cara que escreve" do que como "o sujeito atrás daquele arquivo". Felizmente, isso me serviu para alguma coisa. Descoberto pela direção geral da empresa, passei a ser convocado para trabalhos de redação e revisão de textos. Passagens aéreas, bons hotéis, diárias...será que meus humildes serviços valiam isso tudo? Faz parte! - como diria sabiamente uma das imbecilizadas crias da mídia.

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