E o que levo em meu peito senão o sofrer?
E o que restou de minha vida maltratada?
O que senti implorei-me para não esquecer,
E a mágoa, em minhas mãos foi ela criada.
Me foi o ser abandonado
E, cheio de dor, o desalmaram...
Meus delírios eu calei
E meus sonhos, mal amei.
E o que recebo em troca desse amor
Senão martírios pelo que não lutei?
Foi-me deixado o brio incolor
Pelo qual jamais clamei...
E aquilo que em mim se fez
Agora padece entre meus gritos...
E o pesar de mais uma vez te ver, talvez,
Se confundem agora com meus mitos.
E aquele meu suspiro,
Figurado, desprovido
Ainda procura padecer
Em teu abraço eterno, perdido... |
