Somente durante o dia de hoje assisti na TV, quatro programas que falavam diretamente sobre o tema homossexulidade, incluindo neste cardápio televisivo; transeuxais;gays; lésbicas e travestis. Sem se contar as vezes em que o tema foi tocado ou abordado indiretamente.
Ufa, pensei... que bom.. estamos na mídia... e se estamos na mídia, existimos... e não somos tão minoria assim. Que aumentamos o índice do IBOPE já sabemos, que causamos repercursão já sabemos, que somos muitos já sabemos.....
O que realmente não estamos sabendo é como lidar com esta mídia, que muitas vezes acaba criando mais estereótipos e mais preconceitos ainda. O que realmente não estamos sabendo é como nos colocar em algumas situações frente ao público com uma sexualidade "maioritária" e diferente da nossa.
Está na hora do movimento organizado, que é quem mais tem acesso à mídia em geral, vir à tona , no sentido de uma organização de idéias, conceitos e de disseminação destes pensamentos. O movimento tem várias facetas e modos de pensar, como todos tem conhecimento, e é esta diversidade toda que nos faz tão ricos e tão imbuídos de sentimento e credibilidade. O grupo não pode e não deve ter uma cara só.
Sempre acreditei na diversidade do elemento humano, desde que todos fossem tratados em igualdade de fato. Igualdade esta no sentido de chances, oportunidades e respeito principalmente.
Em se tratando de um modo de pensar homossexual, está mais do que na hora de refletirmos, enquanto movimento que somos, no que realmente queremos, no que desejamos para o nosso bem e para o bem dos que estão nos seguindo, enfim, está mais do que na hora de colocarmos toda a nossa sensibilidade, o nosso "it", o nosso raciocínio aguçado e nossa ironia comedida, a favor de uma construção positiva de nós mesmos.
Refletir sobre a nossa exposição, é o começo das mudanças. Afinal, é válida toda e qualquer exposição?? É sempre positivo estar na mídia, fazendo o que ela quer, mesmo deixando de lado o que realmente somos??
Creio que você que me lê, sabe que não. A mesma mídia que um dia te mostra anjo, no outro te transforma num diabo. A mesma mídia que uma hora te agrada, com termos politicamente corretos, outra hora ignora eventos de alcance mundial e de acontecimento concreto, como a Parada de São Paulo de 2000.
Este é meu apelo. Um apelo a todos os grupos organizados, a todos os membros destes grupos, às pessoas que tem acesso à mídia, e principalmente a você... Isto mesmo, a você que acredita que as mudanças podem acontecer. A você que acredita num mundo melhor e com mais justiça social. A você que tem esta utopia como meta de vida. A você, que assim como eu, sabe que o caminho é árduo e a luta constante, mas também tem dentro do seu coração , a luz e a fé de que as coisas estão mudando e vão mudar ainda mais. E para melhor....
Neste momento de reviravolta de conceitos e de valores, está na hora de nos unirmos e colocarmos em mente o que realmente importa para nós, enquanto GRUPO. Está na hora de sabermos o que realmente conta para nós que sofremos no dia-a-dia as duras agressões, as doídas chacotas e as surras do cotidiano , o que nos importa de verdade.
Creio que eu e você sabemos o que queremos. Queremos ser felizes do jeito que somos. Queremos amar e podermos ser amados. Queremos chorar quando der vontade e sorrir para quem está ao nosso lado, sem importar-se qual o sexo ou o nome desta pessoa. Queremos poder ser naturais, sem amputarem nossos sonhos e nossos desejos.
Chega desta história de aceitação. EU EXIJO RESPEITO, e é o mínimo que vocês podem me dar.....
Maite Schneider
Vice Presidente do Instituto
Paranaense 28 de junho de Direitos Humanos
maite1@uol.com.br
ICQ 8788784
Home Page: www.maite.cjb.net
http://orbita.starmedia.com/~maytecwb/index1.htm
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