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Contos-->O Poder da Lagartixa - crônicas de um depressivo 8 -- 19/07/2003 - 09:31 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Poder da Lagartixa
Crônicas de um depressivo

Devo admitir que esta coluna é na verdade um ensaio. Conto minhas experiências com o intuito de ajudar outras pessoas com problemas semelhantes aos meus. Esta idéia permaneceu durante anos em uma gaveta. Este espaço semanal é o plantar de uma semente que poderá germinar e, quem sabe, vir a ser um livro, no mínimo um novo canal de informação sobre o assunto. Precisava começar de alguma forma. Comecei!

Estava abordando o tema internação na semana passada. Vamos em frente.

No meu caso a opção de ir a uma clínica surgiu logo após o diagnóstico da doença. Mantinha acompanhamento médico, tomava os antidepressivos receitados, entretanto não observava melhora. No início deste doloroso processo não conseguia admitir que estava doente e que a depressão fosse algo realmente grave. Contava com orientação profissional, porém recusava assumir o mal e insistia prosseguir com uma vida normal como se a depressão fosse algo passageiro e simples. Foi quando o sistema entrou em pane geral. Decidi assim procurar a primeira internação descrita na crônica anterior.

Na realidade, queria isolamento. Não importava para onde fosse. Precisava dar um tempo para a minha cabeça. Estava confuso demais para umas simples férias. Precisava de algo mais. Ajuda. Informação. Atenção.

Recordo, como se fosse hoje, da comoção que causei em minha família quando anunciei que havia optado por me internar. A experiência de passar três meses em uma instituição psiquiátrica por melhor que seja é demasiado traumática. Convivi com pessoas como eu e também com portadores de outras doenças mentais muito mais graves. Ter conhecimento destas doenças através de literatura ou por qualquer outro meio de comunicação é uma coisa. Conviver frente a frente, pela primeira vez em uma fase de fragilidade extremada é muito complicado.

Hoje concluo que, no início, poderia ter resolvido boa parte do que me afligia sem ter adentrado no círculo vicioso das internações. Faltou compreensão tanto de minha parte como de meus amigos e parentes e, sem dúvida, mais orientação.

Como ninguém demonstrava compreender o que estava se passando comigo, nem mesmo eu, optei por fugir. Não foi a melhor solução. Mas o pior estaria por vir...

Pela complexidade da questão solicito, através deste veículo, a colaboração de profissionais da área médica que tenham disponibilidade para me auxiliar no esclarecimento de dúvidas que vêm surgindo em número maior a cada dia por parte de leitores e membros de nosso grupo de discussão. Basta entrar em contato pelo e-mail: silvioalvarez@terra.com.br

Convido a todos os interessados pelo tema a participar do nosso grupo de discussão via Internet. Basta enviar um e-mail:
assinar-adepressao@grupos.com.br


Nota do autor:

Segundo a Revista Superinteressante – Mundo Estranho, de agosto / 2002, estrategicamente arquivada, as lagartixas se desfazem da cauda por vontade própria. Não se trata de nenhuma crise masoquista de autoflagelação e, sim, de uma estratégia espertíssima que ajuda o bicho a salvar a vida. Quando perseguido, ele corta um pedaço do próprio rabo, que continua se movimentando, o suficiente para distrair o predador e ele fugir.

A idéia aqui é utilizar esta metáfora animal para simbolizar o poder de recuperação dos seres humanos e suas táticas de sobrevivência. As múltiplas interpretações, incluindo as de mau gosto, do por que da escolha desta figura são fantásticas e enriquecem a discussão. Aguardo a viagem de cada um!

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem e colunista.
Ilustração - Bruno César: brunoartes@uol.com.br


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