Quanto brincava!
Oh, velho Deus, como lembro
Sem a aspereza do tempo
Minha memória recorda.
Meu habitat: o quintal
Toda arte da infância
Corridas, pulos, tropeções, gritos, muita animação
Heroísmos do lutador, do guerreiro que pensava ser.
Eram eu e o meu melhor amigo
A ficar tardes após a escola
A ver o instante do poente
Em que descobríamos o valor do dia
E a importância de estarmos sempre juntos e unidos.
Nunca brigávamos, nunca discutíamos
Éramos a repetição do outro
Quando estava em um a tristeza
A dor o outro já sentia.
Éramos a força e a fraqueza,
A luta e a resignação
Juntos, nos tornávamos tudo.
Crescemos e sofremos o inevitável transcorrer do tempo,
Mas ainda continuamos os mesmos amigos
Mais maduros é claro
Moramos na mesma casa
Vamos aos mesmos lugares
Fazemos juntos as mesmas coisas
Somos apaixonados um pelo outro
Vivemos no mesmo corpo
O meu melhor amigo é a minha imaginação.
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