PAPAI
Papai, você viu minha adolescência
De lágrimas sentidas, dos dias de luto.;
Pra mim faz um século que não lhe escuto.
São anos somados na dor da ausência.
Eu pago, a partir da minha inocência,
Centavos suados de amargo tributo.;
Um ano se passa a cada minuto,
Puxando nas rédeas da minha existência.
Você é meu filme de cada segundo.;
Seus gestos de amor implantaram no mundo
Roupagens que vestem pessoas desnudas.
Ceifaram-lhe a vida, o porque eu procuro,
Enterrando um passado, matando um futuro
De quem precisava das suas ajudas.
|