Ao acordar me dei conta
De que ainda vivia
Abri as cortinas
E deixei que o sol adentrasse
Por entre as frestas da janela
Pude sentir a luz reluzente
Que me acarinhava
Diante de seu espírito presente
Seus braços me abrigando
Senti meu corpo seguro
Me desoprimindo do medo
E do futuro incerto
Pensei que perderia a chance
De estar com você pela manhã
Mas o sol me fez perceber
Que meu coração ainda batia
Tive a certeza de que por isso
Eu jamais poderia ter morrido
Você em algum lugar
Estava a ser meu porto abrigo
A luz ofuscante que me alimentava
Me fez delirar diante de sua onipresença
Não queria eu, assim pensar
Que assim, não estivesse por lá
Agradeço então, ao sol desta manhã
Que adentrou pelas frestas do meu corpo
E anunciou aos quatro cantos
Que com seu coração eu ainda vivia
Esse mesmo coração me socorreu
Eu não poderia deixar de existir
Pois você ainda existia
E por isso meu coração ainda batia...
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