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Textos_Religiosos-->Maria, a Mãe do Filho de Deus -- 06/11/2006 - 16:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maria, a Mãe do Filho de Deus

Usina de Letras -- 01/12/2003 - 16:22 (Félix Maier)

Desde a véspera da última comemoração do dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, muitos cinemas nacionais apresentam “Maria – a Mãe do Filho de Deus”. O filme, à primeira vista, poderia até ser estrangeiro, tal o número de nomes italianos que encabeçam os créditos: Marcelo Rossi, Giovanna Antonelli, Luigi Baricelli. Porém, trata-se de um ótimo filme nacional, que aborda a vida de Maria, a Mãe de nosso Salvador, estrelado por personagens muito queridos do público brasileiro.

Giovanna Antonelli, que recentemente fez Anita Garibaldi em “A Casa das Sete Mulheres”, desempenha o personagem-título. E fá-lo duplamente: como Maria, uma pobre mãe nordestina, aflita com a enfermidade da filha; e como Maria, a mãe do Filho de Deus.

Luigi Baricelli é Jesus Cristo, José Wilker é Pilatos. O elenco é numeroso e bom. Padre Marcelo faz vários papéis no filme: ele é o vigário de uma paróquia do interior; mas é também o Anjo Gabriel, que anuncia a Maria que ela irá se tornar a Mãe do Filho de Deus.

A história do filme é bem simples, linear. Enquanto a nordestina Maria vai até o hospital buscar o resultado do exame médico da filha, o padre toma conta da menina, até a volta da mãe. Nesse tempo, aproveita para contar uma longa e bonita história à criança: a vida de Maria, José e Jesus, a Sagrada Família, a família por excelência.

Este texto não trata da estética do filme, ao qual o jornal "Correio Braziliense" concedeu duas míseras estrelas. Não trata de dizer que o filme é um tanto arrastado, que tem iluminação precária. Nem de dizer que é sublime em alguns momentos, quando, fazendo uso de licença poética, leva o Monte do Calvário, onde Cristo é crucificado, a um cenário sertanejo, com o oceano batendo suas alvas espumas na praia.

Não. O que se tenta abordar neste ensaio é o papel de Maria para todos os cristãos. Ninguém pode negar que, sem Maria, nunca teria havido Jesus. Sem Maria, nunca teria havido salvação, pois o Cordeiro não teria nascido homem para ser imolado numa cruz e nos redimir do pecado.

Vale repetir: todos os cristãos – inclusive os evangélicos - sabem muito bem que sem Nossa Senhora não haveria Jesus Cristo. Até o Corão, livro sagrado do islamismo, que se originou a partir do judaísmo e do cristianismo, tem um capítulo, de número 19, especialmente dedicado a Nossa Senhora, denominado “Maryam”, que em árabe quer dizer “devota”. E o nome de Maryam, a Mãe de Nosso Salvador e Mãe de todos os cristãos, é citado 33 vezes no livro sagrado do islã.

Nenhum nome de mulher é citado no Corão, nem a mãe de Maomé, nem sua primeira mulher, Kadidja, nem sua filha Fátima. Maria, porém, é citada 33 vezes, como se disse, demonstrando a veneração e a exaltação que o islamismo tem por ela. No Corão, a concepção de Jesus ocorreu de modo muito parecido com o narrado na Bíblia, na passagem em que Maria indaga como é possível ter um filho se nenhum homem a tocou e ela continua virgem: "O anjo disse: Assim seja, pois o Senhor disse: Isto é fácil para mim" (Corão, Maryam – 19: 17). Por que, então, pessoas que se dizem cristãs, como os evangélicos, não conseguem ter veneração por uma mulher tão singular, tão “cheia de graça”, cujo corpo imaculado nem sequer os muçulmanos colocam em dúvida?

Há alguns anos, um “bispo” da Igreja Universal chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, no dia da comemoração de sua data. Se os católicos brasileiros agissem como muitos islâmicos, com certeza o fogo da intolerância teria se espalhado pelo País todo, com conseqüências desastrosas. Se esse tipo de intolerância persistir, se as pessoas não respeitarem os outros credos, em poucos anos poderemos presenciar no Brasil as tristes cenas ocorridos durante décadas na Irlanda do Norte, onde católicos e anglicanos, todos cristãos, brincaram de se matar uns aos outros. Nosso País poderá entrar numa fase de balcanização, como visto há poucos anos na Bósnia, onde muçulmanos, católicos croatas e ortodoxos sérvios estupravam-se e se matavam uns aos outros. Podemos nos tornar um país dividido, um país partido em sua alma e no seu corpo. Definitivamente, isto é a última coisa que todos os brasileiros de bem querem para nosso País.

Na cidade de Valparaíso, GO, cidade do entorno do DF, ocorreu uma jihad tupiniquim. A inauguração de uma estátua de São Francisco de Assis - segundo a revista Time, o santo do milênio – numa praça da cidade gerou reclamações de evangélicos, que exigiram a imediata retirada da escultura do santo que é, por acaso, o padroeiro da cidade.

No Afeganistão, os talibãs destruíram duas estátuas gigantes de Buda, além de reduzir a pó todas as estátuas que havia em seus museus. Se os talibãs de cá, como aquele alucinado “bispo” da Universal, tomarem conta do Governo, o que não fariam em nosso País? Iriam destruir a estátua de Padim Ciço, em Juazeiro do Norte? Dinamitariam também o Cristo Redentor no Corcovado? Esmigalhariam a estátua de Nossa Senhora na Basílica de Aparecida?

O advogado evangélico Eurípedes José de Farias está brigando na Justiça contra Nossa Senhora Aparecida. Seu alvo é a lei 6.802, de 1980, que consagrou a Santa padroeira do Brasil e declarou o dia 12 de outubro feriado nacional em sua homenagem. “Os evangélicos também são brasileiros e para nós isso é idolatria” – afirmou o zangado causídico, que espera receber R$ 1,2 milhão por cada ação movida por ele contra a Padroeira. Na época, Eurípedes estava para lançar o livro “Nossa Senhora e a batalha nos tribunais”. Muita grana em jogo, pois “templo é dinheiro”.

Se Jesus Cristo fosse escolhido padroeiro do Brasil, certamente os evangélicos acolheriam a medida sem contestação alguma. Mas, aí os ateus também poderiam se sentir discriminados. E todos os adeptos das outras religiões. Sendo os católicos maioria no Brasil, não é nenhuma aberração que Nossa Senhora seja a Padroeira. Quando a maioria dos brasileiros forem ateus, Karl Marx será um ótimo nome para padroeiro. E poderá ser retirada da Constituição a palavra “em nome de Deus”. E também retirado o crucifixo da parede do Supremo Tribunal Federal.

Engraçados, esses protestantes, que tanto nos acusam, a nós os católicos, de que adoramos estátuas, quando na verdade sabem muito bem que apenas veneramos os santos e a Mãe de Nosso Salvador, assim como guardamos com carinho uma fotografia de nossa mãe, de nossa avó ou de nossa esposa, para a afagarmos de vez em quando, seja num álbum caprichosamente montado em casa, seja a foto guardada em uma simples carteira de dinheiro.

Maria deveria ser um nome de união para todos os cristãos brasileiros. Não desunião, como entendem os evangélicos e igrejas correlatas. Os protestantes não acolherem alguns dos dogmas da Igreja Católica é perfeitamente compreensível. Porém, não aceitar o papel fundamental de Maria na história da salvação pregada pelo Cristianismo é ignorância pura.

O filme estrelado por Padre Marcelo Rossi tem, assim, este importante significado pedagógico: Maria é a mãe de todos os cristãos, não apenas dos católicos. Como mãe, ela quer ver todos seus filhos reunidos ao redor de Cristo, sem desavenças, sem intolerância. Mesmo aqueles filhos rebeldes, que a renegam, a estes a Mãe do Salvador ama em dobro. Que todas as vertentes protestantes tenham entendido o recado. Não o de Padre Marcelo Rossi. Mas o recado de Maria, a Mãe do Filho de Deus.




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