Viajo...
deixo, por uns dias, este mar de poesia imaginário,
preciso de um cenário vivo, que se oponha ao meu quadro de natureza-morta:
coqueirais, brisa marinha, conchas, areia, Sol, sal...um mundo real.
Quem sabe, mergulhe ao mais profundo de mim e me descubra
uma ilha paradisíaca. Ainda que só, estarei em boa companhia:
junto aos meus encantos ocultos.
Viajo...
sigo na direção das aragens que sopram da praia.;
persigo essa ilusão de que possuo essência de sereia.;
parto rumo ao encontro do melhor que a vida pôde me dar:
nascer e ter crescido à beira-mar
(seria sereia se tivesse permanecido no mesmo lugar?).
Viajo
em busca de minha origem às margens de um vasto oceano.
Viajo
sem fazer planos, mas um sonho me acompanha:
vou ver se me acho nessa viagem.
Se não me engano, ainda estou por lá.
Domingo, emerjo de meu substrato.
Retorno...
...volto a ser estrato.
Deixo um estoque de doces beijos, levo comigo a saudade.
Trarei, na bagagem, sonhos salgados. Com sorte, a realidade.
Valéria Tarelho
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