A noite está tão vazia
E o lumiar do dia
Está tão longe.
Meu corpo pede pelo seu corpo.
Não é apenas desejo infrene:
Sua presença física,
Neste instante,
É a calma,
É a cama,
É a chama
Pela qual meu corpo reclama
Dentro da escuridão fria e covardemente
Cruel.
Dá –me seu colo,
Seu seio
Para que
Este meu coração
Se aquiete
Em meu peito.
Há pouco , ouvi sua voz
E entre palavras poucas
Falamos de coisas
Imprescindivelmente
Banais.
Mais uma vez,
Perdido na linha do horizonte,
Senti a estranha
Necessidade de me partir
Para poder
Senti-la aqui
Dentro de mim,
Uma vontade de
Entregar a você
Mais de mim
E , assim,
Ter, em você, mais de nós.
É difícil explicar
Como dói
A falta
Da nossa cumplicidade,
Da nossa maneira irmã
De interpretar
Tudo que sentimos
- De sentirmo-nos
Cada vez mais vulneráveis e
Dependentes- .
Sei que ao entregarmo-nos
De maneira cega
Estamos flertando
Com a inseparável
Face pungente do amor,
Mas nada pode o medo do erro
Frente à possibilidade do acerto,
Quando dois desejos
Caminham
Em uma só estrada,
Quando cada passo
É uma nova chegada.
Olha para meus olhos,
Rosa morena...
Olha,
E , em seu olhar,
Faz-me crer que somos
Maiores que tudo.;
Dá-me a razão para
Acreditar que a vida começa agora
E que vale a pena sonhar
Com coisas impossíveis...
Duas Estradas
©Anderson Christofoletti
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