Em algum momento da vida
meu coração era represa...
Represa de uma água forte, limpa,
contida.
O tempo passou e as águas aumentavam.
Tanto se acumulavam, tanta água retida,
que os muros da represa já não suportavam.
Finalmente, as águas, libertas,
correram pelo vale e inundaram tudo ao redor.
Amor demais para ser contido,
correu descontrolado em direção à tudo que via.
E o coração, liberto dos muros da represa,
abriu-se de par em par, e a tudo cobria....
Hoje, meu coração não é mais represa,
mas apenas entreabre-se e suas águas,
saem, lentas, a conta-gotas...
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