Usina de Letras
Usina de Letras
169 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62228 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50621)

Humor (20031)

Infantil (5433)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Pôr do Sol -- 20/09/2000 - 11:19 (Lisandra Paes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O céu havia se tingido de matizes rosadas, o que fazia com que, num primeiro impacto, a respiração dos que o admirassem fosse suspensa. Prestando mais atenção, o que se via era como um tecido, com bordados em forma de pontos de luz, cuja cor era indefinida: a maior parte, de um azul escuro, quase negro, cedia espaço a um barrado um tom mais claro, formando um conjunto harmonioso com o cinza que vinha logo em seguida, e que tinha sua seriedade quebrada pelos tons rosados e avermelhados que arrematavam tudo.
Observando a tudo, sentada numa pedra, uma mulher, com feições de menina, negros cabelos caindo por sobre os ombros, olhos também negros, semicerrados diante de tamanho espetáculo, tinha suas mãos presas pelas mãos de um homem moreno, olhos escuros, semblante suave, que com ela observava e admirava a beleza e a harmonia que a natureza estava oferecendo apenas para os dois, para seu deleite e prazer, já que se encontravam sós naquela pequena praia de difícil acesso, rodeada por pedras, areia branquíssima, mar azul escuro, onde a temperatura amena convidava a um mergulho.
De mãos dadas, tinham à sua frente o mundo, e era como se este lhes pertencesse...
Calmamente, a noite foi caindo, envolvendo a ambos com seu manto escuro, e o ar frio do inverno fez com que despertassem de seu devaneio. Ainda de mãos dadas, levantaram-se e caminharam, deixando atrás de si uma trilha que denunciava a proximidade que tinham um do outro, pois as marcas que seus pés deixavam estavam tão juntas que quase formavam uma só.
Saindo da praia, logo chegaram à casa que lhes daria abrigo, e onde poderiam se esquivar do hálito frio da noite.
Na sala, depois de acesas as luzes, sentaram-se sobre as almofadas, bem defronte à lareira, e ali deram vazão a seus pensamentos, expressando-os nas mais doces palavras. E só de palavras teria sido aquela noite (e isso bastaria para sua felicidade), se ele, gentilmente, não houvesse tomado em suas mãos o rosto delicado e depositado nos lábios rosados um beijo suave, ao qual ela correspondeu com paixão.
Eram dois apaixonados, e para eles o mundo se resumia no ambiente em que se encontravam. Eram duas pessoas sensíveis, e para eles qualquer coisa se transformava em poesia.
E assim ficaram, sentados, ouvindo a poesia do silêncio, bebendo a doçura e a paixão exaladas pelo fogo, observando a eternidade expressa pela lua cheia, por toda a noite, até que, exaustos, adormeceram diante da lareira, para só despertarem ao alvorecer, quando uma nova poesia rosada se desenhava no céu.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui