Um soneto de há muitos anos. Era eu ainda menino... e amava pela primeira vez.
Barquinho de papel, meu coração,
cheio de sonhos foi vogar esperanças,
no lago dos teus olhos, águas mansas,
que eu vi brilhar de amor ou de ilusão.
Cuidado, meu barquinho coração,
não vás sonhando o fundo... olha que cansas.
Volta à praia, barquinho, que ainda alcanças
meus olhos tristes que deixaste em vão.
Mas meu barquinho branco, sonhador,
foi-se fazendo ao largo por amor
tinha sede do fundo dos teus olhos.
Oh, dá-me o meu barquinho de papel,
não tenho mais nenhum senão aquele...
ou dá-lhe então o fundo dos teus olhos.
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