ALTINÓPOLIS E O EXÍLIO
Pobre, de estirpe italiana nasci
Na quieta Congonhal, torrão paulista.
Altinópolis não perco de vista:
Os dias de menino ali vivi!
Ainda criança a Igreja segui
(Primeiro dos meus sonhos de conquista!)
Abandonei tudo e fui ser jurista
Em terra alheia, mui longe dali.
Casei, descasei, sofri, e a saudade
Cresceu-me impiedosamente no peito!
A quem pedir socorro e onde auxílio
Que pense(*) a ferida aberta! Quem há-de
Restituir-me o sonho mal desfeito...!
—Ah, cruel destino é morrer no exílio!
Adelay Bonolo
(*) Pensar: Cuidar ou tratar convenientemente de alguém ou de alguma coisa. Obs.: no meu caso, a grande ferida aberta pela saudade!
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