Sua vida foi de luta
Pra vencer fez cambalhota
Nas praias do Rio Grande
Com farda, fuzil e bota
Das garras do estrangeiro
Defendendo esse Brasil
Tornou-se um patriota
Nos anos quarenta e seis
De volta Ceará
Montando cavalo russo
Só pensando em passear
Do Umarí a Vera Cruz
Namorando sem compromisso
Noite e dia sem parar
Relatando seus amores
Eu não sei se vou lembrar
Antonia, Joana e Marina
Elirísa, Ruth e Sinhá
E das garras do galã
Eu acho que até Mãe Chica
Não conseguiu escapar
Cansado de tanta farra
Tentando ganhar dinheiro
Foi sócio do seu cunhado
Mas comprou ferro a ferreiro
Acreditando na sorte
Aos vinte e nove de junho,
Foi por Rio de Janeiro.
As evidências dão conta
De grandes e fortes proezas
Dos irmãos caminhoneiros
Manobristas com nobreza
Acaso em cinqüenta e seis
Dirigindo um Super White
Retornaram a Fortaleza
Na vida tudo ele fez
De taxista a passageiro
De soldado a coronel
Até cego sorveteiro
Fez horta pro capataz
Seus parentes são peões
E ele aqui é engenheiro
Além de tudo é poeta
Com versos extravagantes
Conceitos desvirtuados
E repentes mirabolantes
Chama o Ceará de boi
E a Mombaça com certeza
É o ponto culminante
Pra família faz agrados
Dá presente de perfume
Puxa faca e quebra vara
Nos lombos de alergúmenos
Livrando-se das pauladas
Os picinêis foram ao chão
E tornou-se um vagalume
Tem um certo camarada
Que mais geme do que funga
Dispensa-lhe atenção
Até mais que a sua calunga
Por não ter vingado a xinga
Colocou-lhe um apelido
De vadio sungamunga
Fez canteiros a três por quatro
Semeou muita verdura
Tentou ensinar ao seu povo
Doce além da rapadura
Aliado a sua DEUSA
Demonstrando liderança
Lançou sua candidatura
Idealizou uma escola
De nome desconhecido
Contratou uma parceria
Com alguém descomprometido
Já comprou os apetrechos
Remeteu pelo correio
De sua parte o prometido
Quem sabe em futuro breve
Com união e amor
Haveremos de construir
Uma escola de valor
Desde já agradecemos
Essa semente lançada
Por nosso supervisor.
Já que a escola não tem nome
E precisa ser batizada
Sugerimos ao nosso chefe
Uma escolha balizada
De Antonio Ferreira Mota
Da terra proprietário
De quem a posse é herdada.