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Contos-->Por Onde Andou meu Coração -- 05/08/2003 - 09:54 (Maria do Socorro da Gama Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Passeando por entre os sapotizeiros e jenipapeiros do colégio de freiras onde vivera parte da sua infância e adolescência. Lisa sentia lágrimas caírem pelo seu rosto. Chorava de saudades. Andando descalça por sobre as folhas caídas ao chão,corria a mão pelos troncos das árvores nas quais brincara tantas outras vezes. Decorrido tanto tempo, sentia-se criança novamente e seu vestido lilás lembrava-lhe outros.Fora muito feliz alí,mas só agora tomava consciência disso. Lembrava-se muito bem da Irmã Tereza que para ela foi uma mãe, cuidara dela todos aqueles anos em que estivera no internato e ficara estarrecida quando soube que ela falecera. Lamentava-se por nunca lhe haver demonstrando sua gratidão, era apenas uma criança para entender isto na época. Podia ouvir os sons longicuos das vozes e risos das companheiras quando reunidas na hora do recreio, saudosa, lembrava-se como a madre superiora era uma mulher autera, sempre a repreender uma das meninas pelo simples fato de falar um pouco mais alto que o habitual. Agora, alí,diante de outra pessoa que não conhecia, revolvida ao seu passado com as lembranças aflorada, lembrou-se da sua primeira comunhão, dos preparativos da véspera, da anciedade que precedeu ao dia seguinte, a chegada de sua mãe trazendo seu treje litúrgico.Àquele tempo adormecido, voltava à sua mente rico em detalhes.
Naquele recanto sombreado, acirrou suas recordações e lembrou-se quando recebeu alí a visita do seu pai para a cerimônia da sua primeira comunhão; foi uma surpresa e enorme elegria, pois, adorava o pai e só o via a cada seis meses quando estava de férias do ano letivo. No dia seguinte ela acordou cedo, as cinco da manhã como era costume, e como o lavabo apêndice do seu quarto não tinha chuveiro, ela se dirigiu pelo corredor afora até o banheiro que na verdade não tinha água encanada, para o seu banho matinal retirando a água sempre fria de inverno a verão de uma bacia, o que para ela era sempre um safrifício. Tudo agora, parecia tão distante...sua curiosidade era aguçada pelas lembranças ainda viva na sua memória que, seguindo o seu coração, foi inspecionar o interior da escola. Tentou indentificar os quartos, tarefa difícil pois, havia passado por reformas. Diante de uma porta ainda em bom estado, parou convicta de que alí era o quarto aonde ela e suas companheiras dormiram por quatro longos anos. Isso foi nos idos da década de 60. Renascia na sua memória, todos os sons e ruídos vindo da sala de música ao fim da tarde, hoje perdidos no tempo.
Alí, jogada sobre a relva, observava o por do sol por entre as folhas e galhos de um velho sapotizeiro, lembrava-se das brincadeiras lúdicas e das músicas tocadas ao piano. Pensou nas amizades de sua infância e lágrimas lhe vieram aos olhos, por onde andam elas. Alheia a tudo à sua volta, Lisa levantou-se e saiu d aquele lugar sentindo a brisa fresca da tarde a acariciar seus cabelos.
Quem a visse, com seu corpo ainda em forma e seus cabelos deixando transparecer alguns fios brancos, não supunha que já estivesse beirando os 50 anos. Olhava em volta aquele pomar e ainda podia sentir na boca o goste doce dos sapotins e o cheiro exótico do licor de jenipapo. Está alí, depois de tanto tempo, era o suficiente para continuar seguindo a sua vida normalmente, porque afinal, o que ela vivera n aquele lugar, nada mais restava, se não, na sua memória.
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