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Cordel-->SEM DIREITO DE VIVER -- 16/09/2005 - 09:21 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SEM DIREITO DE VIVER

Eu acabei de chegar,
Aqui estou entre vocês,
Muito tenho a lhes dizer
Com a idade de um mês:
O meu nome é aborto,
Já estou nascendo morto,
Para o céu volto outra vez.

Eterno eu sou, talvez
Do nascente ao sol se pôr;
Entre sabiá e canário
Escolhi ser beija-flor
Que não cantando encanta
Num vôo livre e espanta
Todo e qualquer dissabor.

Desavenças no amor,
Brigas de casais ciumentos,
Quem é que apaziguava
Os corações em tormentos,
Senão eu de cara-lisa,
Não deixando que a brisa
Virasse um pé de ventos?!

Fui em todos os momentos
Cupido dos namorados
No escuro da paixão,
Quando lhes dava agrados;
Meu bico neles cravava
E desse modo os deixava
Amantes e apaixonados.

Alguns momentos passados
Vem-lhes o arrependimento:
Ela a reclamar a ele
Fazendo triste lamento;
Ele lhe dá uma resposta
Do jeito que ela não gosta
E o céu fica cinzento.

Quem logo marca o tento
É quase um vencedor,
Só que o jogo continua
Entre o espinho e a flor,
Esta exala seu perfume,
Aquele sente o ciúme
Queimando-lhe com ardor.

A Coruja e o Condor
Se encontram na penumbra
No alvorecer do berço,
Ou ao entardecer da tumba;
Quem de manhã veio à luz
Chega com a sua cruz
À tarde na catacumba.

Ao som de uma zabumba
Durante o dia se dança,
Do nascer ao pôr do sol
E só à noite descansa,
Jovem envelhece no instante
E se transforma num infante,
Voltando a ser criança.

Perco-me nessa lembrança
E até esqueço de mim,
Não sei qual foi meu começo
Nem quando eu terei fim;
Pergunto a toda hora:
Onde me encontro agora,
Por que a este mundo eu vim?

Eu que sempre falei sim,
Acho que vou dizer não,
Dou adeus sem ver o berço,
Sendo já um ancião;
Despeço-me dos amigos,
Perdão peço aos inimigos
E me vou sem um caixão.

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benedito.costa@previdencia.gov.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS


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