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Cronicas-->Estou pronta para doar... -- 10/02/2003 - 08:20 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desejo doar uma crónica, mas ainda não sei para quem. Ando sem Cronicas, artigos e cartas na cabeça. Talvez pudesse fazer uma crónica para um cara que insiste em me chamar de idiota, mas que no fundo, gosta do que escrevo. Ou para uma doçura salgada, que nós conhecemos bem e que me faz falta por eu não ter folga nessas semanas. Posso fazer um conto verdadeiro sobre uma amiga que cruzou com seu admirador secreto hoje na locadora e que gostou dele, porém correu do amor novamente, como sempre faz. Ou até falaria para esse admirador não só admirar, poderia muito bem pegá-la pelo braço e contar o que ela ainda não sabe sobre a rua que os dois dividem. Vou escrever uma carta para Portugal e doar meus papéis para alguém de Chança e outro de Aguada de Cima.
Quero doar uma crónica à família, uma bela escrita, como uma doação de órgãos, um amor incondicional que só acontece no sofrimento e esse transforma o amor em devoção, coragem e afirmação de sentimento.
Mas não tenho Cronicas, não sei doa-las para ninguém. Elas ficam presas entre meu computador, entre um caderno e outro. Talvez seja hora de doar àquela amiga que sofre como um filme mexicano quando está amando. Que representa todas as novelas bregas, mas que ama sem deixar nenhuma gota de vestígio sobrando.
Um filme, uma tela, uma musica. Doar, sem receber de volta. Um filme de mails trocados, uma tela do choro da despedida, uma musica que anseia o mexer dos corpos. Apenas doar tudo.
Vou doar a você que veio tarde, mas apareceu nesses dias. Que ainda mal me conhece e que já deseja mais que conhecimento. Vou doar porque já é sua. Já é de direito. Mesmo sabendo que tudo o que sei é pouco ou o que espero conhecer é muito, está dado. Mesmo avisando que não sou conquistada facilmente, que vou e volto, que preciso ser buscada e que ainda amo os que já foram. Vou sim, doar a crónica. E se deseja mais um pouco tenha a paciência dos deuses, porque, por enquanto, ainda dóo Cronicas e elas representam o que ainda virá.

«Escrevo para que me escutem - quem? Um ouvido anónimo e amigo perdido na distància do tempo e das idades. Para que me escutem se morrer agora. E depois, é inútil procurar razões. Sou feito com estes braços, estas mãos, estes olhos e assim sendo, todo cheio de vozes que só sabem se exprimir através das vias brancas do papel, só consigo vislumbrar a minha realidade através da informe projeção deste mundo confuso que me habita. E também porque escrevo porque me sinto sozinho. Se tudo isto não basta para justificar porque escrevo. O que basta então para justificar alguma coisa na vida? Prefiro as minhas pequenas às grandes razões, pois estas últimas quase sempre apenas justificam mistificações insustentáveis frente a um exame mais detalhado».
LUCIO CARDOSO

Desejaria não mais precisar de citações e dizer, com minhas palavras, porque escrevo. Vai ver é porque tenho tantos objetivos que me esqueço daquele que junta e arremessa Cronicas nos mails dos outros.


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