Na extremidade do desejo a folha
na extremidade da tua pele o sol
que lateja na floração do teu sexo,
abrem-se pétalas com setas de fogo
um fogo que nos é impossivel apagar
na unidade que a carne e o amor permitem.
Nos teus movimentos devoradores
na tua cascata onde o ritual geme,
abre-se a gruta das tempestades
que suporta o pulsar único e carnívoro
do animal que ronda a fímbria da chuva.
Na tua profundidade caótica e mágica
na tua ilha onde brotam mel e borboletas
abrem-se os lábios do teu sexo ao meu,
solta-se o crepúsculo protector dos amantes
e em movimentos desvairados de cegueira
com aromas de sémem e polén fresco,
o sexo é um corpo escondido sob o linho aceso
um só tronco de chamas uma fonte antiga
em espaços indeterminados de carnes suaves.