FELIZ ANIVERSÁRIO
Muitas felicidades sejam elas de que tipo e situação forem, em seus muitos anos de vida. Gostaria de estar ai com você, neste dia, comemorando, ou deixando que você fizesse isso sozinha ou com seus amigos mais próximos e ate com seu namorado.
A felicidade nós sabemos ou fingimos saber o que é. A sentimos muitas vezes e de diversas maneiras, mas não podemos tê-la em sua plenitude, caso contrário não seria felicidade, seria algo superior a isso, o qual ainda nem sabemos o nome. Felicidade é uma muleta da vida, sendo assim somos todos mancos.
Você é feliz? Creio que sim, nenhum ser humano é infeliz ou deixa de ser feliz, claro, há raras exceções, mas nem este é um ser infeliz.
Sinto-me feliz sem você, mas esta não esta em sua plenitude, está sim é uma felicidade do dia-a-dia, do conquistar sempre (mesmo porque esta não seria felicidade), nem esta é uma felicidade a qual me agrada nem me interessa. A que eu quero é a que me deixa junto de você, mas...
São Paulo, 01 de julho de 2002
De: Marcos Lazaro da Silva Bueno
Para: X Assunto: Um Feliz Aniversário
Bom dia! Boa Tarde! Boa Noite! Como for o caso. Há quanto tempo não conversamos em X, se eu não me engano desde março, quando lhe mandei uma carta a qual você não deve ter lido. Mas mesmo assim como vai indo?
Bom X eu sei que não quer me ver nem mesmo se me humilhar diante de você, mas eu preciso, ou melhor, necessito conversar com você, nem que seja através de sinal de fumaça.
Se lhe pedi que me ignorasse, e você acatou não sei porque, peço humildemente que reconsidere sua decisão, não por mim, mas por você. Ambos sabem que não vale a pena guardar rancor, mesmo que o que aconteceu tenha sido tão grave, alias gravíssimo.
Sei que é difícil fazer isso, pois tudo aquilo que havia pensado sobre mim, não ira valer de nada, o seu ideal, o seu estilo de vida perderá sustentação e será sim uma marionete na minha mão, o que ambos não queremos que ocorra. Se você for contra aquilo que já havia pensado, não seria esta uma maneira correta de agir, mas eu não mereço pelo menos a sua atenção? Não quero que isso seja um bem necessário, tenha consciência disso, você controla a própria vida e sabe o que é bom.
Por que chegamos a esse ponto, ou melhor, porque fizemos com que chegássemos a esse ponto? Terá sido vaidade pessoal de ambos? Terá sido por que você nuca, em hipótese alguma, tenha sentido nada por mim, nem amizade? Será por que lhe magoei? Há inúmeras possibilidades para chegarmos a isso. Você vai dizer: “Esse cara só pensa nisso, é obcecado em mim” Sim, realmente sou, pois desde que deixei o RM, ou melhor, desde que deixamos de ter um contato mais diário, estou lhe escrevendo, a fim de ter pelo menos a sua amizade, o seu respeito, a sua resposta, alguma coisa que nos faça ser feliz, sozinhos ou juntos.
Você deve achar que sou um psicótico, lunático, maluco, doente... Pois saiba que tenho um pouco dessas características. Pra quem já escreveu tudo que já escrevi, isto não passa a ser uma novidade. Já sentiu medo de mim? E prazer, amizade e compaixão? Algumas coisas você nunca sentiu e “provavelmente" nem irá sentir, como o prazer. Posso estar enganado, pois o amanha ninguém sabe. Amizade, digamos que sentiu antes do ocorrido, pouca, mas sentiu. Já a compaixão, isso você deve ter sentido muito. A perna que você sentiu por mim por me considerar um... Deve ser enorme.
Poderia dizer que te amo novamente. Até poderia, mas não direi só porque eu não quero, mas porque também não te amo e sim lhe venero, como um objeto, alias um objeto muito especial. Não estou dizendo que o sentimento que nutro por você não tenha valor. Há muito, muito sentimento. É estranho que meu sentimento por você seja este, lhe venerar ao invés de lhe amar, mas o amor passa, e passa rápido, enquanto a veneração pode durar uma vida, isto se o “objetivo” venerado não perder o seu valor. Não estou dizendo também que não amarei só sentido mais puro da palavra. Há possibilidades? Bom, para mim há, mas antes é preciso que nos tornemos amigos (parecemos dois inimigos mortais), e possamos assim nos conhecer melhor.
Alguém já deve ter dito a você que lhe amava, assim como eu. Se alguém falou, falou de “coração”, num momento de emoção, num momento de pressão, ou num momento de vontade própria, como eu, mas estes se disseram, disseram não só porque em algum momento lhe amava, mas porque também lhe veneravam. Mas quem sou eu pra dizer de amor, ou escrever tais coisas. Não sou nada, tanto é que não amei e nem fui amado. Não quero aqui ser demagogo, nem pretendo ser escrevendo frases de efeito, mas um dia se gostamos de alguém, mesmo que esse alguém não goste de você, é preciso abrir uma possibilidade, mesmo que esta abertura seja ínfima. Uma hora acontece algo, seja para o bem ou para o mal.
Depois de te perder, não soube mais o que é ser contente. Para respirar me faltava algo, e para tudo, enfim me faltava você e o mundo. Preso em meu mundo me atormento cada vez que penso em você e nos erros que cometi. Bastava o amor, mas tenho presente a grande dor das coisas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não ser contente. Errei em tudo que do amor não vi senão desenganos. O amor que tenho por você é limpo e puro, sendo de pensamento vil nunca tocado, mas a sua ingratidão me faz te querer sempre. Fui o que não pôde te merecer, mas nunca soube entender sua vontade, ainda que sua vontade fosse clara. Conta-te com a esperança já perdida por mim, pois não sei entrar onde já não há mais saída. Esqueci aquilo que pensava, para te ter e para que pudesse vingar-se de mim. Se ainda não esta de mim vingado, te conta com o meu sofrimento. (Sonetos de Camões)
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