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Contos-->Zé puáia -- 14/08/2003 - 22:40 (Waldyr Argento Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mazola, como era conhecido no futebol, na pacata cidade de Bom Jesus do Itabapoana, norte do estado do Rio de Janeiro, gostava muito de brincar com o balão de couro. Desde os tempos de menino quando deu seus primeiros passos nas peladas de rua, ingressando posteriormente no Fluminense Bonjesuense, clube que tinha o seu campo às margens do rio Itabapoana. Devido a sua habilidade ganhou esse apelido, nome de um famoso jogador do passado.

Gostava também de brincadeiras como todo e qualquer moleque criado no interior, ou seja, bola de gude, cabra cega, pique esconde, futebol de botão e outras diversões. Adorava também colocar apelidos em seus amigos de infância e criativo como ele só, inventou a palavra "puáia", que acabou virando gíria no município local. E era "puáia" pra lá, "puáia" pra cá, tanta "puáia" que me perdoe o meu tio Zé, mas eu resolvi na minha historinha mudar o seu apelido de "Mazola" para "Zé Puáia".

Foi no futebol que surgiu a expressão, antes de uma partida, da qual não me lembro bem o adversário, o nosso figurão começou a efetuar malabarismos com a bola, chegando num determinado momento a brincar de jogá-la de um ombro para o outro deixando os adversários temerosos, atônitos e humilhados.

O Zé Puáia se divertia com aquela situação:

- Vejam só amigos, todos acham que jogo pra caramba! Tão morrendo de medo! Será que eles "comeram puáia"? Mal sabem eles que eu não jogo nada, Sô! - humildemente nosso habilidoso protagonista falava para seus companheiros de time.

O goleiro gargalhou, mas no fundo sabia que o "Zé" decidia pelejas do esporte bretão. No fim o Fluminense local acabou vencendo facilmente o embate.

Existe um segundo significado pra "Puáia" do tio Zé, o qual tentarei ilustrar na seguinte situação: Num determinado dia, na pracinha da cidade, onde como de praxe, as mulheres andavam no sentido horário e os homens no anti-horário. Na época não entendia muito bem a razão, mas hoje em dia reconheço que sentidos contrários facilitavam àbeça a arte da paquera. Bom, nesse dia chegou todo contente um figurão com seu opala comodoro zero KM, mostrando a todos o seu possante e comentando com uns sobre o seu carango. Não preciso nem dizer que o tio Zé comentou logo com a rapaziada que o tal sujeito estava

"comendo puáia", pois ganhava mal, se encontrava cheio de dívidas, em casa quase não tinha o que comer direito, mas queria mostrar pro povo um falso status social.

- Querem ver só? -Aproximou-se de sua vítima o nosso gozador:

- Ô mané? Me paga uma cerveja em nome dos bons tempos de infância? - indagou-lhe bem alto pra que todos ouvissem.

- Posso não Mazola, tô duro, inda tô pagando as prestação do carro! Cê, num paga uma pra eu não?

E é por essas e outras que aquela palavrinha, muito bem colocada, virou moda nas redondezas. Êta "comedor de puáia" safado, sô!
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