FLOR QUE NÃO SE CHEIRA
Elas, as flores! Claramente complicadas.
Espinhos, caules, de pétalas trancafiadas.
Essas Ausentes em lugares tão cercados.
De números tantas vezes exagerados.
As rosas brancas, as vermelhas, amarelas;
Nunca iguais (paradoxais) igualmente belas.
Assim como as camélias, lírios ou tulipas
Sempre vivas, magnificamente aflitas.
Umas leves, simples pétalas de lembranças...
Dentes-de-leão, espaciais como esperança.
Outras tantas rudes, pobres, mortuárias...
Tão cheias de mágoa, mortas, temerárias.
Com seus perfumes doces, acres, inodoros
Espalham romances, espasmos, esporos.
Elas são assim felizes, tristes, sem sentido
São dos afortunados, dos seres sofridos.
Onde, diabos, o amor difere da flor?
Será isso flor esse que chamam de amor?
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