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Cordel-->O câncer -- 08/10/2005 - 20:41 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O câncer
Por Airam Ribeiro
Em 05/10/05

Vai chegando devagar
Sem ninguém perceber
Igual a fogo de monturo
Que queima sem ninguém ver;
De repente passa a rasteira
Pega a presa de primeira
Igual a cobra ao anoitecer.

Esta doença ingrata
Que trás consigo a dor,
Desnorteia o ser humano
Apagando seu fulgor;
Tem o nome de neoplasia
Ou câncer por agonia
De quem tem esse horror.

De morfe é o remédio
Que tenta aliviar,
As dores que o paciente
Quase não pode agüentar;
Ele vem traiçoeiro
Vai chegando sorrateiro
Até conseguir derrubar.

Ainda quando no inicio
Toma-se a radioterapia,
Mas depois que se alastra
Só mesmo a quimioterapia;
Pra combater o mal
Dessa doença infernal
Que acaba com uma alegria.

No hospital Santa Lúcia
Várias noites e vários dias,
Convivi com minha mãe
No setor de oncologia;
No quarto andar do hospital
Vi mamãe passar mal
Com tanta dor e agonia.

Ali estava minha mãe
Numa cama estirada,
Sentindo dores horríveis
Que gemia as madrugadas;
Também através do metadon
Outro remédio bom
A dor saia em disparada.

Esta doença é muito triste
Ainda sem tratamento,
Existem os paliativos
Trazendo um pouco de alento;
Estando no corpo inteiro
Leva o doente ligeiro
Para o fim do sofrimento.

Deixa os cabelos caindo
Que muda a fisionomia,
Resultado do remédio
Que é a quimioterapia;
Com a boca ressecada
O doente não quer nada
Pra comer durante o dia.

Presenciei isto de fato
E vi como ela é ingrata,
Vômitos e ressecamento
Uma dor que aos poucos mata;
Deixa a pessoa nervosa
Muito calada e sem prosa
Quando ainda não maltrata!

De insônia às vezes mamãe
Ficava até sem dormir
E eu sendo acompanhante
Presenciando tudo ali;
Fazendo nebulização
Pra aliviar seu pulmão
Não podia nem sair.

Ela estava medicada
Mas tomava o chá caseiro
O mel com a babosa
Ela tomava o tempo inteiro,
De graviola ela tomava
Era o médico que mandava
E também o enfermeiro.

Todos estavam torcendo
Pra aquela velha senhora
E para que a doença
Fosse logo se embora;
Até chamava de vó
Aquele médico que com dó
Acarinhava a toda hora.

Estamos com muita fé
E também com esperança
Que este câncer vai embora
Não deixando nem lembrança,
Desta tempestade ruim
Que está dentro de mim
A espera de uma bonança.

Vinte oito dias passaram
Só naquele hospital,
Até que Dr. Luciano
Deu o parecer final,
E pra a quimioterapia
Ele marcou novo dia
Numa clínica da capital.

Mamãe está em casa
Com a receita na mão,
Prescritos alguns remédios
Para o câncer do pulmão,
Talvez por já ter a idade
Não teve a capacidade
De fazer uma operação.

Os amigos tão com fé
Que ela vai sair dessa,
Até um em Aparecida
Vai fazer uma promessa;
Mas mamãe que é raizeira
Toma seus chás de primeira
Por estar com muita pressa.

Digo que esta doença
Não derrubou ela não,
Ainda vai ao banheiro
E assiste televisão;
Ta uma guerreira abatida
Porém ainda com vida
Pra comer muito feijão.

E mail airamribeiro@zipmail.com.br
www.airamribeiro.com.br
























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