Cordelando com Laurentino – 2
Por Airam Ribeiro
20/01/2005
Primeiramente amigo
Aceite as desculpas
Deste amigo que aqui
Gosta da boa conduta
Sei que demorei demais
É que nestes dias atuais
Vivemos só na labuta.
Sinto como fogo quente
Que recebe a ducha fria
Acabando com seu calor
Como se fosse magia
As labaredas apagaram
E tudo se esfriaram
Enfraquecendo a porfia.
Mas ainda estou de pé
Aparecendo mais uma vez
A cordelar com o amigo
Sendo o primeiro do mês
Mas eu não te engano
És o primeiro do ano
Ressalvo minha sensatez.
A luta deve continuar
E nosso cordel também
Vamos aqui exercitar
As coisas que nos convém
Fazendo tudo direito
Já que mudou o prefeito
Pra governar Itanhém.
Demorei de responder
O seu bonito cordel
Cujo foi bem feito
Por ser ainda novel
Vamos, pois exercitar,
Não parando de cordelar
Chegaremos a menestrel.
A mente tirou férias
Ao cordel vou retornar
Fui passear em Brasília
Para poder descansar
Lá naquele momento
Fui para um casamento
Levando a filha ao altar.
Por lá passei o natal
Como faço todo ano
Saboreei a ceia
Com minha mãe e os manos
Junto com esposa e filhos
Tive dias de brilho
Num ambiente urbano.
Amigo Laurentino
A tristeza me domina
Pois perdi o contato
Com a poetiza Marina
Não sei o que aconteceu
Acho que ela esqueceu
De responder minhas rimas.
Estávamos indo tão bem
E com muita animação
De repente ela parou
Não dando mais atenção
Não sei se ela viajou
Só sei que ela deixou
O cordel na solidão.
Ainda não sei o que houve
Pois ainda não percebi
Se houve algo errado
Da minha parte não vi
Sempre lhe tratei direito
Com carinho e respeito.
E isso é causa de ferí?
Há desânimo em tudo
E também no escritor
Nosso mundo tão moderno
Cujo progresso acabou
Com tantas coisas naturais
Sumiram dos dias atuais
Este progresso os devorou.
Fale um pouco da sua vida
Como está a família?
Esta é a nossa riqueza
Vive essa maravilha!
Havendo nela união
Haverá no coração
Bons momentos que brilha.
Qual o nome de sua mãe
E quantos irmãos você tem?
Você veio de outro lugar
Ou nasceu em Itanhém?
Fale do nosso prefeito
Se ele tá atuando direito
Com o povão também.
Disse que ia trazer
Os trabalhos para eu olhar
Quero ver suas poesias
Para eu observar
Sou eterno estudante
Aprendendo a cada instante
Em cada frase que há.
Para saber sobre cordel
Estou a sua disposição
Um pouco do que aprendi
Ensinarei ao irmão.;
Vamos cordelar juntos
Abordando os assuntos
Que trás a inspiração.
Mas uma vez lhe peço
Desculpa pela demora
O cordel quando é lido
A resposta é na hora
Pra não fugir do assunto
Devemos estar juntos
Para não ficar por fora.
Prometo não demorar
Para outros responder
Assim sua continuação
Com freqüência deve ter
Vamos então para frente
Pois atrás tem sempre gente
Querendo nos esmorecer.
Agradeço sua atenção
Mas primeiro a Deus do céu.
Vamos então a porfia
Jogando rimas no papel
Abraços de Airam Ribeiro
Para o novo companheiro
O aprendiz de cordel.
www.airamribeiro.com.br
Cordelando com Airam – 2
Por Laurentino 22/01/05
Meu prezado Airam
Não precisa se desculpar
Se você não respondeu
É que algo estava a passar
O que era eu não sabia
Senti falta da porfia
E comecei a preocupar
Nessa fase que você passa
Não sei o que lhe dizer
Só te peço meu amigo
Para não se esmorecer
Pois essa nossa porfia
Nós vamos com alegria
Fazer ela florescer.
Confesso meu caro Airam
Que comecei a preocupar
Pois temia que comigo
Não quisesse mais cordelar
Mais depois de sua resposta
Certamente horas postas
Comecei a despreocupar.
Fiquei muito contente
Por meu cordel elogiar
Isso só me deu forças
Pra cada vez mais praticar
Serve pra mim como um teste
Vindo de um grande mestre
Na arte de cordelar.
Desde já eu quero
Aqui lhe felicitar
Pelo casamento de sua filha
Que foi se realizar
Desejo ao lindo casal
Uma vida bem legal
Com felicidades no lar.
No mês de dezembro
Tive uma grande decepção
Terminei com a namorada
E fiquei numa solidão
Mesmo sendo já passado
Foi muito ruim ter ficado
Com essa dor no coração.
Esqueçamos meu mano
De todas as coisas ruins
Pois a vida segue seu curso
E todo sofrimento tem fim!
As coisas sempre acontecem
E as pessoas é que padecem.
Que fazer se a vida é assim?
A minha vida está boa
Com jeito vou levando
Só que os planos que fiz
Certo não estava dando
Espero num desassossego
Um desejado emprego
Que Ducarmo tá arrumando.
Nela, abaixo de Deus,
Deposito a confiança
De arrumar este emprego
Ainda tenho esperança
Agora vamos ver
O que vai acontecer
Se isso desentrança.
Tenho orgulho de dizer
Daquela que me deu a vida
E Alice é seu nome
Uma mãe muito querida
Se alguém a machucar
Disso eu não vou gostar
Pois não quero vê-la ferida.
As minhas poesias
Pra você irei mostrar
Poderá usar da franqueza
Daquilo que você achar
Foram feitas com emoção
E também com o coração
Do tema que fui gostar.
