Missiva para Paulo Barros
Por Airam Ribeiro
06/10/05
Meu caro amigo
Respondo com prazer,
As duas correspondências
Que aqui fui receber;
Bem sei que atrasei
Mas parado não fiquei
Já lhe digo o por que.
Mês de setembro de novo
Eu tive que viajar,
Lá para a capital,
Para mamãe visitar;
Ela continua doente
Deixando descontente
Todos que estão por lá.
Quero aqui agradecer
Pelo que me enviou,
As peças de teatro
A turma bem que gostou;
E pela dedicatória
Deixando-me na história
Como gente de valor.
Continuo a escrever
As coisas deste Brasil,
Falo de tudo um pouco
Até da poluição do rio;
Brevemente vou contar
Sobre a calota polar
Que já é um desafio.
O gelo ta derretendo
E enchendo o mar,
A culpa é do homem
Que lança veneno no ar;
Então o sol vai esquentando
E eu não sei até quando
Este homem quer chegar.
Como está a Rosi
A nossa dançarina?
Se encontrar com ela
Dê um abraço nessa menina,
Diz a ela que estou bem
Aqui mesmo em Itanhem
Até que meus dias terminam.
E a Maria José!
Ainda tô esperando
O dia que ela mandar
Para a gente ir cordelando;
Diz a ela que não se avexe
Temos que ta no mexe, mexe,
Para as coisas ir andando.
O grupo está de pé
A Leoni é muito capaz,
O Flávio também é outro
Que sabe o que faz;
Todos estão te esperando
Samile vive sonhando
Pra rever você rapaz!
Eu estou curioso
E vou logo lhe perguntar,
Sobre aquela proposta
De não querer celular;
Como é! Já resolveu
A fazer quiném eu
Que logo um foi comprar?
Se já comprou fale
Se é da oi, ou da Tim,
Se é Claro ou telecom
Por favor, diz para mim!
Aperte logo o botão
E fala com este irmão
Desta Bahia sem fim.
O lugar é o mesmo
Ainda tem o mesmo banco,
O vinho está gelado
Tem do tinto e do branco;
O buteco é simplesinho
Mas rola aquele papinho
Que por sinal é muito franco.
Aqui termino a missiva
Para o amigo bacharel,
Que comanda o teatro
Aí do Morro do Chapéu.
A todos que lhe rodeia
Por favor, não receia
De mostrar este cordel.