Sábado à Noite
Benvienito Granda, Lucho Gatica e Carlos Alberto eram dos mais ouvidos. Naquele tempo, as noites de sábado foram absolutamente fantásticas. A rapaziada se vestia com a melhor roupa que tinha, dava um toque especial no topete, previamente brilhantinado e em pequenas turmas, saíam à procura de festas.
Sempre havia em alguma rua, em alguma casa, a voz de Eddy Gourmet cantando Perfume de Gardênia, ou mesmo a voz de veludo de Nat King Cole. Ao longe, o som denunciava a festa e norteava nosso destino. Na maioria das vezes, alguém conhecia alguém da residência em que se dava o evento e de mansinho todos entravam de bicões. Era muito bom. Você comia, bebia, dançava e, Ã s vezes, ainda namorava. Sempre tinha a filha da dona e suas colegas a despertar interesses amorosos da garotada. Surgiram até muitos casamentos iniciados nessas festas. Era comum acontecer algumas desavenças por conta de interesses comuns entre rapazes e a mesma menina, ou mesmo entre elas e algum de nós. Também ocorria de a paquera ter sido em cima da garota de um cara de outra turma.
Nesse caso, normalmente, o mínimo era uns empurrões que por ali mesmo começava e acabava. No outro dia em que se encontravam, ficava o acontecido pelo não acontecido.
Assim eram as festas de famílias. E Benvienito Granda, não se cansava de cantar Angústia !...
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