ESPELHO
Há fulgores e desejos
que o espelho da alma semeia...
Sonhar o invisível, poesia
imagens?
Nenhum rosto... Pura imaginação
onde do espelho eu habito!
O espelho,
ante a face da água conquistada,
seria eu o morfeu nos braços da amada?
O sonho fugirá? Premonição!
Quanto desta estância já está em mim?
Dizei-me!
E condena-me a plena escuridão...
Quero o brilho do teu olhar
a chama ardente do teu corpo
Avançar sobre teus lábios, te amar,
lambuzar-me de batom, ruge...
(não importa o tom!)
E morrer de gozo em toda plenitude!
(os teus uis, meus ais...)
Reconhece-me?
Agora apaga-me as chamas,
transformas o espelho
da minha alma em lavas
e escondas o céu e o fogo
das minhas palavras!
Nhca
Jun/99 |