Eu te deixava na escolinha
E choravas minha ausência
Teu olhar assustado refletia
Molhado
O brilho da inocência
Pois aos dois anos de vida
Não entendias a razão da partida
E eu ia... Para o trabalho
O coração em pranto
Ao deixar meu tesouro que amo tanto
Fora do nosso ninho de alegria
Tinha de dar-te à vida que acolhia
Na dura realidade da distância
Teus protestos inúteis de agonia
E ali te deixava à revelia
Ao retornar
O coração aos pulos vislumbrava
Longe
A brincar no alto da colina
Era tua silhueta pequenina
Que esquecida ao descaso saltitava
E eu cansada do dia de labuta
Acomodava-me no banco do jardim
A esperar... Tu olhavas de soslaio
E vinhas a correr de encontro a mim!