Porque posso andar dentro de mim mesmo,
Maltratando-me, acariciando-me, é que posso estar dentro de você...
Por poder falar com as montanhas, florestas e oceanos, é que
Você consegue estar em mim...
Duas estranhas luzes brilharam na sua cabeça enquanto eu descia
O rio.
Descia o rio pendurado nos seus lábios e cabelos!
Corredeiras abaixo, única direção: o curso do rio, rumo ao mar.
Suas mãos conseguem afastar a bruma fria e escura
Dos meus pensamentos.;
Escondo-me entre a maciez dos seus dedos, dedos não de fada,
Mas de veludo alado, onde me esqueço e lhe aqueço nas tardes.
Mas é tudo chama, queima e deixa saudades,
Que se torna o indicativo para essa poesia e para minha música.
Meu coração anarquista quer pela boca sair,
Expressando num beijo molhado e atrevido em sua mão,
O lado quente e irreverente do que sentimos.
Irrefutável calor teima em me embriagar,
Posso apertar essas duas almofadas celestiais - SUAS MÃOS -
Sem ouvir um não...
Adoro, tem gosto de manjar, sabor de verão, sol de maio,
SUAS MÃOS...
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