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cronicas-->O grande perdedor -- 14/02/2003 - 18:34 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O grande perdedor



  
Passado o segundo turno das eleições para governador, o país presenciou o crescimento da oposição e, provavelmente, uma
queda virtual do poder central que, dentro do novo panorama político nacional, terá de repensar a maneira de gerir o país, eis que estados importantes, até agora, aliados do Presidente da República, passaram para as mãos da oposição.
Com a derrota de Eduardo Azeredo e António Brito, FHC não pode mais contar com a subserviência de Minas Gerais, ou com o apoio do Rio Grande do Sul. Tampouco com a generosidade do Rio de Janeiro, com a queda de César Maia. Quanto ao Estado de São Paulo, em que pese o fato de Covas pertencer ao mesmo partido do presidente, fica a expectativa de que o governador reeleito, cujo passado político não é assim tão direitista, aja, pelo menos em parte, de acordo com a ideologia petista que, sabidamente, o ajudou a derrotar Paulo Maluf.
Assim, é que surgem no horizonte político grandes dificuldades para a equipe do governo aprovar medidas antipopulares a despeito de a base governista não ter sofrido grandes mudanças com o pleito. Só que, a partir de primeiro de janeiro de 1999, a oposição, fortalecida, terá de ser ouvida muito mais que antes - se é que algum dia o foi.
FHC - pelo menos teoricamente -, fica à vontade no que toca a Brasília, agora governada por um político alinhado. Porém, não encontrará facilidades com os governadores de estados estratégicos como RS e MS, diretamente envolvidos com o Mercosul e que, historicamente, possuem grandes interesses a defender.
Quanto a Minas Gerais, o problema será ainda mais sério pois é conhecida a desavença do Governador eleito, Itamar Franco, com FH, o que poderá proporcionar uma grande aliança capitaneada por Itamar, com todos os governadores oposicionistas no sentido de fazer ferrenha oposição ao poder central, ainda que os governadores eleitos em MS e RS tenham-se oferecido ao diálogo.
Em São Paulo, Mário Covas é avesso à reeleição da forma mesma que Itamar em Minas. Daí que o quadro político nacional desenha-se com um novo perfil o que, certamente, preocupa FHC que já sabe que não encontrará facilidades no trato com Itamar, Covas, Garotinho, Olívio Dutra e Jorge Viana. O que não quer dizer que esses governadores serão oposição só por ser, ou que exercerão uma oposição irresponsável. Verdade é que, principalmente com Itamar, FHC encontrará séria resistência até mesmo ao instituto da reeleição que poderá até ser revisto.
Igualmente verdade é o fato de que a oposição, agora fortalecida com a ascensão do PT que, embora tenha perdido a presidência, talvez por falta de um debate entre FHC e Lula, emplacou três governadores que, ainda que tenham acenado com a possibilidade de diálogo, não vão ceder facilmente como imaginam alguns, restando que a fala é apenas aparente, tendo o efeito de deitar água à fervura enquanto na boca da fornalha outros a entopem de lenha...
É esperar pra ver, na hora de a onça beber água, como será a reação de Zeca do PT, Olívio Dutra e Jorge Viana - governadores eleitos pelo Partido dos Trabalhadores -, bem como de Mário Covas, Anthony Garotinho e alguns segmentos do PMDB, principalmente, de Itamar Franco.
De qualquer forma, o pleito de 25 de outubro não revelou apenas algumas gratas surpresas no que tange à ascensão de alguns políticos quase desconhecidos. Levou, sobretudo, um recado das urnas ao todo-poderoso Presidente da República que confiou sobremaneira no seu taco e apoiou abertamente candidatos que foram derrotados. Que as eleições 98 revelaram vencedores e vencidos é fato, contudo, serviram para revelar a face derrotada de um governo que, tendo logrado a reeleição, não deixou de ser o grande perdedor.
Indalus



Campo Grande-MS, 28.10.98 - 22:00


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