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cronicas-->Coisas que não se entendem -- 14/02/2003 - 18:35 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Coisas que não se entendem




    O Brasil é um país de aspectos sociológicos e económicos que seriam interessantes, se não fossem cómicos. O que se vê é uma brutal inversão de valores no que se refere às decisões do governo ou às ações de órgãos governamentais, ou não, em relação a cada segmento da sociedade.
Assim, é que, no que tange à aposentadoria, a que o servidor público conquista de acordo com a lei, esse servidor deveria ter respeitados os direitos adquiridos, não só pelo cumprimento da lei que lhe determina o tempo de contribuição para chegar ao benefício, mas também por não ser culpado de ser servidor público, já que o caminho para que alguém ingresse no serviço público é o concurso público que, além de seguir um tràmite legal, é controlado pelo governo.
Por isso, o funcionário concursado, antes de ter culpa, deve é ter consciência de que trabalha para o governo por mérito. Claro que existem os trabalhadores públicos culpados: aqueles que engordam as folhas de pagamento federal, estadual e municipal através de atos de apadrinhamento político, como forma de compensação por serviços prestados ao tempo da campanha eleitoral, o que contribui sobremaneira para o crescimento do déficit público. Só que a culpa que parece ser deles, na verdade, é dos mesmos que dirigem o país.
Então, vem o governo com a esdrúxula idéia de cobrar contribuição para o INSS de funcionários aposentados evocando a equidade como se os valores recolhidos enquanto estavam em atividade não servissem para lhes garantir a aposentadoria. Também, aumenta a CPMF... e diz que isso não afetará o comércio, o empresariado em geral, nem os preços, nem o emprego. Na verdade, o que o governo quer é que todos esses segmentos assumam o aumento e não o repassem - o que é impossível -, porque atrás da CPMF vem todas as contas sociais que o setor produtivo paga ao Estado. É como se o governo se esquecesse de que o setor privado também tem o direito de enxugar as suas contas, o que é feito eliminando postos de trabalho, ainda que sob pena de diminuição da prudução, o que fomenta o círculo vicioso da miséria do povo.
O governo diz que as medidas que sempre toma (em desfavor do povo) são necessárias para o combate do débito público. Porém é, no mínimo estranho, ver o governo garantir, passivamente, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, constantes reformas a penitenciárias destruídas por detentos, no momento em que exigem direitos que o cidadão obreiro não tem. Ou quando sustenta acampamentos de sem-terra com cestas básicas, enquanto o trabalhador que sai de madrugada para o emprego ou, em sua maioria, em busca de emprego, mingua nas filas dos hospitais quando chega a doença.
Por isso a discrepància do país é atroz; e o buraco em que ele se atola é cada vez mais fundo, não pela aposentadoria do funcionário já aposentado - porque as aposentadorias futuras, essas, são outra coisa -, mas, dentre outras centenas de variantes, pelas garantias dos direitos individuais dos bandidos em detrimento daqueles que mantêm a segurança pública, já que não existe nenhum órgão de direitos humanos que se preocupa, por exemplo, com viúva ou com órfão de policial morto em serviço; ou pela manutenção de acampamentos, onde grande parte dos acampados está nos acampamentos recebendo para segurar vaga para terceiros. E o governo sustenta tudo isso à custa do dinheiro público, com a desculpa de que aqueles merecem respeito e que estes esperam pela Reforma Agrária que deve vir, sim, mas sem benesses e má gestão do dinheiro público. Até porque a esmola é cara para o contribuinte que é quem paga a conta.
Indalus
Campo Grande-MS, 04.11.98 -14:19



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