Que o Mercosul é importante para os destinos do comércio dos povos do Cone Sul, ninguém duvida, haja vista o que ocorreu na Europa com o Mercado Comum Europeu num passado não distante e, agora, com a unificação da moeda. Portanto, é mister que todo o governante diretamente ligado ao Mercosul deve, sempre, tentar preservá-lo contra qualquer sintoma de que ele vai mal das pernas por esse ou por aquele motivo.
Entretanto, são assustadoras as coisas que acontecem no Brasil. Não de hoje, mas de décadas e décadas. Para não voltar muito no tempo, basta que se analise - e nem é preciso muito cuidado para isso -, os fomentos do crescimento nacional obtidos a partir da efetiva implantação do seu parque industrial e, daí, aos anos de chumbo , porque do golpe para cá, as coisas não mudaram nada, tão somente calcificaram e se tornaram visivelmente cronicas, se é que tal cronicidade ainda não era perceptível.
Desde sempre o Brasil foi mandado e desmandado por forças externas que daqui fizeram e fazem o seu parque de experimentos, a sua lata de trastes e a sua mina de dinheiro. "Desmandado" é modo de dizer, porque quem realmente desmanda o Brasil são os nossos governantes, aqueles que pensam que mandam, dizem que mandam e acreditam poder mandar amparados pelos votos inconscientes de um povo miserável.
Em vista disso, o que se vê por aqui é uma crescente subserviência ao capital estrangeiro (ao FMI - Fazendo Mais Indigentes ), garantida e explicada pelos sofismas mais indecorosos, numa relação espúria e diretamente proporcional à miséria do povo, aos arrochos, pacotes e rompantes dos chefes tupiniquins, sendo cada um desses suplícios atribuído a causas internas como se todos os males do mundo fossem gerados no intestino nacional.
Pior de tudo é que o brasileiro sequer pode dizer que é mandado mas que o é por um forte, o que poderia causar um certo conforto... agora, vem a Argentina primeiro, até sugerindo a dolarização do país (leia-se Brasil) e, ontem, conseguindo que o tupiniquim presidente cedesse ao que se chama "Pressão Argentina" e extinguisse o Proex - Programa de Incentivo às Exportações. Com isso, o governo brasileiro reafirma a subserviência da nação a qualquer um que se sinta ameaçado com
normas nossas. Incrível essa facilidade de adaptação! Curva-se a todos que queiram defender a sua economia e os seus privilégios, sem usar o mesmo expediente para solver as questões internas entre os estados. Seria porque curvar-se ao vizinho - ainda que inimigo - é dar sinal de comprometimento com a evolução internacional, e tentar entender os problemas internos um comprometimento com a fraqueza?
A verdade é que os outros conseguem fazer mudar normas no Brasil de acordo com os seus interesses, conseguem mudar normas nossas até para manterem os seus privilégios e os seus protecionismos. Já os nossos governadores, sequer conseguem uma audiência individual com o presidente. Afinal, de que será que ele tem medo e de quem é esta casa... da Mãe Joana?
Indalus