É dando que se recebe
Não tem importància nenhuma - ou não deve ter-, as notícias mudarem de vez em quando. A verdade é que elas evidenciam fatos e, se os fatos mudam, é normal que mude o que se veicula acerca deles.
De qualquer forma, é desse jeito que o pessoal daqui conduz o destino daqueles que o elegem, razão porque é um tal de "toma-lá-dá-cá" dos diabos. O governão, o governo médio e o governinho, no afã de manter os seus privilégios, elege privilégios para os seus correligionários, nomeando daqui e dali, e vão tocando a coisa na base do aperto, das ameaças e dos descalabros, não do tipo "eu prendo e arrebento", mas do "se não votar no meu projeto eu não mando embora... espero que cada um desses desconfie e limpe o beco", o que, na prática, arrebenta do mesmo jeito. Se bem que, no jogo, os de cá devem defender as cores de cá... Mas não é esse o caso.
Parece que uma outra parcela da sociedade também exerce o seu poder à custa do dito sobredito, coisa que vem desde tempos idos e que tem-se encorpado nas últimas décadas.
Trata-se do aspecto político dos cargos dos santos. Eles são nomeados, guardadas a essência, da mesma forma que os políticos. Na verdade, eles são julgados e, se absolvidos... ganham o cargo, viram santo!, ou ficam pertinho disso.
Merece reflexão o que ocorre na atualidade: a Igreja Católica vem perdendo seguidores a rodo; pior é que nem os perde para religiões, seitas, ou o que quer que o valha, que apresentem uma filosofia coerente, Filosofia na essência da palavra, mas para empresas fundadas da noite para o dia que acenam com um visual diferente. O fato que os antigos católicos estão migrando e migrando aos borbotões.
E é aí que entra o sobredito dito. E é aí que quem zele pelos interesses da Igreja Romana não pode, como diriam uns, dormir de touca; precisa arregaçar as mangas e partir para a luta. Deve ser por isso que atualmente tem aparecido tantos beatos, pessoas com os seus cargos quase na mão. E deve ser por isso que já tem beato no Brasil, em Portugal... Afinal, se o Brasil ainda é o maior país católico do mundo, é bom que não perca essa qualificação. Assim, é melhor eleger um beato lá para segurar o rebanho - uns diriam segurar as pontas-, para que o povo se sinta privilegiado e passe trabalhar mais, a render mais, para que o povo não debande, enfim. Portugal... Portugal é bem pequenininho, mas dizem que é o pai; se é assim, melhor juntar essa família, deixar o pai junto do filho.
E se não bastasse , tem o negócio do segredo, do tal terceiro. Foi muito conveniente, simples demais!
De repente, tudo não passa de um jogo de palavras; o fato, contudo, faz sentido.
Indalus
Campo Grande-MS, 16.05.00 - 21:01
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