Usina de Letras
Usina de Letras
18 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Tropa de choque -- 14/02/2003 - 18:42 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tropa de choque




Em outros tempos - para uns, de saudosa memória, para outros, nem tanto -, os governos usavam as tropas de choque a torto e a direito como forma de conter as investidas do povo na sua luta por liberdade. Era um ritual estranho, todavia, aceitável quando se verificava que os governos que ordenavam as ações não tinham compromisso com o povo, eis que nem eleitos eram pelo voto popular.
Os que apreciavam a truculência das forças do Estado, justificavam-na dizendo que o povo não sabia conviver com a liberdade, que quando se dava o dedo, queria a mão e, se davam a mão, queria o resto, o que não era, de todo, mentira. E bastava uma desconfiança de que algo não ia bem para que os dirigentes do país se arvorassem de botar as tropas nas ruas. Eles davam o motivo que, finalmente, justificavam as suas ações.
Outros tempos vieram. A situação política do país mudou, o povo se acalmou e, hoje, parece mais calmo do que nunca. Ele, sempre capaz de copiar tudo o que vem do estrangeiro distante, quando se trata de modismos, não é capaz de assimilar as ações de povos vizinhos que, bem serviriam para ajudar a gente desta terra a conquistar ou, pelo menos, tentar conquistar alguns direitos que lhes são negados dia após dia.
E a carruagem vai passando devagar. Com o engodo de que precisa segurar as contas públicas, o governo breca os salários. Os funcionários públicos já nem se lembram mais o que é isso, apesar de verem, dia a dia, o seu orçamento desaparecer levado por um aumento de luz daqui, de combustível dali, de todas as tarifas, enfim. Ou por aumentos da mensalidade escolar, do aço, do cimento... Tudo bem. Afinal o país é puro como a alma de um anjo. E o país nem tem problemas de superfaturamento de obras, de compras de votos em todas as càmaras legislativas, de mazelas administrativas em todos os níveis de governo...
Mas apesar de tudo, de quando em vez espouca um descontentamento aqui e além e, sem que quase ninguém perceba, as tropas vão voltando para as ruas e baixando o sarrafo, tudo num tempo em que o povo vota. Basta a lembrança da Bahia e do Paraná, dias atrás, a de anteontem contra os funcionários de São Paulo e a de ontem numa reintegração de posse, também em São Paulo.
E uma vez mais o governo está dando o motivo; o arrocho que subjuga o povo é o motivo, mas para conter os impulsos... lá vem a tropa. E quase ninguém percebe, principalmente os formadores de opinião. Talvez porque a tropa esteja vindo devagarinho e, salvo algumas exceções, nem vem todos os dias. Deve ser por isso. Afinal, no Brasil, tudo o que vem de mansinho o povo aceita. O que não pode é vir de uma vez, de supetão. Devagar, não tem importància. Não tem sido assim com o dólar? Pouco tempo atrás subiu de uma vez e os bambas gritaram; depois, foi subindo devagar e devagar e devagar e ontem fechou com índice de fazer gritar... e ninguém gritou. Também não importa, o país é mesmo um anjo e, e, e, ihhh, se nem tem anjo!...
Indalus



Campo Grande-MS, 20.05.00 - 01:14


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui