Não tem importància nenhuma - ou não deveria ter-, as notícias mudarem de vez em quando. A verdade é que elas evidenciam fatos e, se os fatos mudam, é normal que mude o que se veicula acerca deles.
E não adianta nenhuma mídia do mundo tentar construir o impossível pois isso pode acontecer uma única vez... porque o material reciclado aproveita-se para uma nova serventia, não para a antiga.
De novo - e outra vez, como diriam alguns -, a televisão se empolga a noticiar, em plena transmissão de um jogo, ao vivo, a chegada do Ronaldinho com a família, ao Rio de Janeiro e manda o flash para o aeroporto e o fotografa como se fotografasse um campeão do mundo, e fotografa um Ronaldinho cheio de esperanças para o seu futuro futebolístico.
Claro, ninguém quer que o rapaz não se cure, isso, não! Bom até seria se ele voltasse a jogar bola. Mas a notícia dá que ele está confiante na recuperação e que chegou ao Rio para descansar por quatro meses. Descansar de quê? Só se for de ficar sem fazer nada. Claro, um arranhão se cura, uma quebradura se reconstrói. Mas não é preciso ser médico para imaginar que os músculos do rapaz também vão sarar, afinal, nem consta que ele seja diabético. Mas para jogar bola, tenha a santa paciência!
Mas a mídia insiste, talvez temendo acabar com o mito que ela própria criou, em dar sobre o estropiado o mesmo tipo de notícia que dava no tempo em que ele jogou e jogou nem tanto - tanto pelo tempo, que foi curto, quanto pela qualidade do que, efetivamente, jogou para o seu país. Não é verdade que o seu nome e os seus milhões de dólares não ajudaram o Brasil a ganhar a Copa da França?
Nesse caso, a culpa é mais do técnico e dos cartolas brasileiros quem insistem em convocar mitos só pelo mito, talvez na esperança de que os adversários tremam de medo. Só que isso já passou, desde que os jogadores brasileiros foram jogar na Europa, na Ásia, ou no raio que os parta. Agora, todo o mundo já conhece cada um dos jogadores que são convocados, os chamados "estrangeiros". Os outros, os que talvez rendessem muito mais, ficam aqui, sem chances.
E talvez fosse já tempo de a imprensa mudar as notícias, ou a maneira de dá-las quando falar do Ronaldinho que não deu certo, pela realidade dos fatos que ele representa. Não tem importància nenhuma. E, tanto ela, a imprensa, quando os dirigentes da seleção canarinha, uma e outros, começarem a falar, quem sabe, do outro Ronaldinho, do Marques, do Alex, do França...
Indalus