Usina de Letras
Usina de Letras
19 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Dia de lobo -- 14/02/2003 - 18:48 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dia de lobo




As constantes interrupções do tráfego nas estradas brasileiras pelos sem-terra têm ostensivamente demonstrado os desmandos por que passa o país. O movimento dessa gente se arvora de possuir todos os direitos em detrimento das outras camadas da sociedade que, por isso, têm pago um alto preço.
Os acampados ignoram o sagrado direito de ir e vir inerente a todas as pessoas, reservando-o para si com exclusividade e causam prejuízo àqueles que trafegam pelas rodovias em busca de sustento, de alguma forma, produzindo as divisas de que o país tanto precisa para manter-se ativo. E agem assim conscientes do que fazem, e fazem tudo diante de um governo (em todas as esferas) fraco, incapaz de exercer a sua prerrogativa de zelar pelo cidadão que paga impostos, incapaz de defender a segurança e a liberdade do povo ordeiro que, a cada dia mais, se vê entregue à mais completa impotência diante de tudo o que o Estado de Direito, talvez defendendo um direito escuso, permite que aconteça.
Quando um movimento qualquer interrompe o funcionamento de uma repartição, de uma fábrica, de um serviço e não sofre nenhuma sanção, ele violenta a sociedade inteira e o seu ato, de uma forma ou de outra, quer dizer que ele é mais forte que tudo, e que tem a seus pés a coletividade e o próprio governo.
Isso não pode continuar assim. Já passa da hora de o governo agir com pulso contra qualquer tipo de violência à tão propalada cidadania exceto se, para ele, bastar a cidadania de apenas alguns. Porque, afinal de contas, dói passar por uma rodovia e ver a sua margem apinhada de redes esticadas com homens robustos estirados na preguiça à espera de que o governo os sustente com víveres e terra quando a grande maioria do povo se rala sob o sol e sob a chuva para conseguir levar a vida aos trancos e barrancos. Dói ver o bem público depredado sob o fogo de paus e pneus e dói, muito mais, não poder atravessar a barricada impedido por pessoas que se julgam com mais direitos do que todo o mundo.
As rodovias são as artérias do progresso e, da mesma forma que a artéria biológica não pode ser interrompida sob pena de um colapso, não pode a rodovia ser estorvada sob pena de cessar o ainda tíbio crescimento do Brasil.
E o mal-estar fica ainda pior quando se sabe que o governo é quem paga tudo. Paga, mas com o dinheiro tirado do resto do povo que já não aguenta mais tanta pressão.
É melhor que o governo ponha sentido ao clamor da sociedade, tome tento e dê um jeito, de forma pacífica ou não, nessa situação antes que a própria população, cansada de esperar por uma solução justa, resolva fazer justiça. Afinal um cordeiro pode ter o seu dia de lobo, ainda que ninguém acredite nisso.
Indalus



Campo Grande-MS, 26.10.00 - 13:07


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui