Confesso, para o bem da consciência
Que quis deixar de vê-la, simplesmente
Porque em seus olhos moram a doença
Da qual perecerei de tão doente.
Sem ter-me nesse amor correspondido,
Feria a chaga não cicatrizada.;
Sofria novamente o já sofrido,
A cruz tornava sempre renovada.
E eu, que não sou Deus, em vão sangrava
Do amor, vivo demais para a mortalha
Embora tão distante para a vida,
Que não morria e nunca me matava.
Confesso, afastei-me da batalha
Que antes de existir já foi perdida.
Rogério Penna
ABR/04 |