Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Saudável arrogància -- 14/02/2003 - 18:51 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Saudável arrogància




Que brasileiros e argentinos têm uma eterna pinimba é sabido de longa data. Coisa chata, porque os povos deveriam ser simpáticos uns com os outros em quaisquer situações, não apenas na hora de esse ou aquele se beneficiar com o turismo mais em conta que um ou outro possa oferecer. Depois, quando se considerar o motivo fútil que leva brasileiros e argentinos à tal pinimba, a coisa chega às raias do inaceitável.
Ao que tudo indica, o problema existente entre os dois povos não é nada sério, nada que possa levar a um distúrbio internacional. Apenas o bairrismo de uns e de outros é o que alimenta a espécie de ódio velado entre essas duas gentes.
Claro que as reivindicações por parte dos portenhos são, no mínimo, esdrúxulas. Imagine eles serem melhores do que nós!, Maradona ser melhor que Pelé. Só mesmo na cabeça deles.
Naturalmente, estão jogando um futebol infinitamente melhor do que o nosso, sem comparação. Aliás, atualmente, fica difícil um brasileiro de juízo pensar que a seleção canarinha joga futebol. Difícil até mesmo imaginar que o Brasil tem "esse negócio". Porque, nesse campo, o que o Brasil tem a CPI do futebol pode muito bem explicar. Mas futebol não é tudo no mundo, a despeito de ser ainda uma das poucas alegrias disponíveis a todo o brasileiro. Não que todos possam assistir a uma partida ao vivo, mas porque, indo ao campo ou não, todos ficam sabendo os resultados e podem se alegrar com eles, uns hoje, outros amanhã... que nenhum time é invencível.
Tirado o dito, parece que, pelo menos por parte dos brasileiros, a antipatia não se deve a nada mais do que à inveja. Inveja sabe-se lá de quê... talvez despeito... por eles terem peito. E esses sentimentos provavelmente sejam devidos à arrogància deles.
Contudo, não é preciso pensar muito para ver que eles tentam resolver os seus problemas sem ficar choramingando, mesmo que o tiro saia pela culatra como no caso das Malvinas. Um erro de cálculo, uma pretensão grande demais!
E, de repente, o governo deles resolve baixar normas assaz anormais para o gosto popular; resolve mexer nos salários, na movimentação das contas bancárias e, agora, nas liberdades individuais. Só que eles deram o grito, foram dando o grito devagar até eclodir, no espaço de pouquíssimas horas, quando o caldo, efetivamente entornou, com a renúncia da cúpula do governo, lutando, ainda, pela queda do próprio De la Rúa.
O Estado de Sítio decretado ontem não surtiu os efeitos desejados de acalmar o povo que o ignorou - pelo menos por enquanto - e seguiu madrugada a fora desafiando a polícia que, na maioria dos casos, apenas observou os acontecimentos, também ela vítima dos desmandos do governo.
E se fosse no Brasil? Se fosse no Brasil, o povo ficava fulo da vida, esperneava, falava mal, amaldiçoava o governo; se fosse no Brasil, os analistas seriam chamados pelas emissoras de TV para as suas análises salvadoras - como se isso bastasse - para o seu momento de glória; se fosse no Brasil, o povo, após assistir ao último jornal da noite, à derradeira análise do dia, ia dormir. No dia seguinte, já teria esquecido, absorvido tudo; se fosse aqui, depois de acordar do momento do susto, o povo (só para um exemplo) desligaria o freezer, gastaria menos energia, pagaria mais por ela para que os empresários da luz - coitados! - não ficassem no prejuízo.
A Argentina esta manhã, ainda está em pé de guerra, com Estado de Sítio e tudo. Ninguém ainda disse amém. Seria mais uma arrogància?
Pois bem. São arrogantes. São sim! Mas que extraordinária arrogància tem esse povo! Tão diferente de nós!... Essa gente tem um caldeirão pequeno que não demora muito a entornar!
Indalus



Campo Grande-MS, 20.12.2001 - 11:22


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui