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Infanto_Juvenil-->A MALDIÇÃO DA ROSA BRANCA - PARTE VII -- 12/02/2003 - 17:27 (Angellus Domini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CAPITULO VII


- Valquiria, acorde, vamos? O que você fez, filha? A policia esta aqui.
- Policia? Que policia pai? Do que o senhor está falando. – Valquiria acorda assustada. Chegou a noite em casa toda molhada da chuva, e chorando. Ainda não tivera tempo de refletir sobre o que aconteceu na noite anterior.
- O Detetive Adelmo e mais dois policiais querem falar com você. É sobre seu namorado.
- Que? Sobre o André? O que tem ele?
- Parece que uma pessoa ouviu você dizendo que ia matar ele...
- Sim, mas e daí...
- Ele está morto! - Seu pai senta na cama e olha para a filha, com olho de decepção. – Filha, você tem algo a ver com isto? Fale a verdade.
- Pai, o senhor acha que eu seria capaz de matar alguém, acha?
- Bem, não filha. Mas a polícia tem testemunha dizendo que você ameaçou ele e um amigo, e logo após ele foi assassinado. Vai ter que ir a delegacia para prestar depoimento. O Dr. Mário, nosso advogado, já está se dirigindo para lá. Troque-se e vamos. –
Seu pai já falava como uma ordem. Valquiria senta-se na cama para por os pensamentos em ordem. Tentou chorar, mas não conseguiu. Não conseguia estar triste. Primeiro teve que esconder aquela mochila. Podia achar que ela o roubou, e usar como proa contra ela. Abre-a para ver o que há nela. Encontra o livro, canetas e documentos de André. Coloca a mochila embaixo do colchão, os documentos no fundo de sua gaveta de calcinhas e o livro ela esconde em uma sacola de loja, que tem umas peças que ela tem que trocar. Depois ela vai dar um jeito de sumir com isso.
Seu pai pediu ao detetive que ela pudesse ir no carro dele, e os policiais concordaram. A vizinhança inteira se aglomerava na rua para entender o que estava acontecendo, viram a policia sair e logo atrás o carro do pai de Valquiria com ela. Na delegacia o advogado já estava esperando. Entrou junto com ela na sala do delegado Guilherme Pádua, que já a esperava para o depoimento.
- Bom dia garota. Sei que deve estar triste pela morte de seu namorado, mais temos que esclarecer algumas coisas. - O delegado olhava fundo nos olhos que Valquiria, tentando encontrar algum medo, ou fuga, mas Valquiria estava calma e tranqüila.
- Ele não era mais meu namorado! – disse Valquiria em tom firme – Ele terminou nosso namoro ontem à noite.
- Então o rapaz, procura a namora, termina o namoro e ela o ameaça de morte. Horas depois ele é atacado com um golpe de cadeira e atirado pela janela. Todo o apartamento é revirado...
- Como sabem que foi assim. Ele poderia ter se jogado da janela. – Valquiria já estava ficando nervosa.
- Por que ele se mataria? - Guilherme ouve com satisfação. Começava a arrancar algo da menina – Era jovem, estudioso, tinha uma namorada bonita, seus tempos de crise familiares já tinham passado. Ou você sabe de alguma coisa? Algum segredo? Ou acha que ele se mataria por causa do fim do relacionamento?
- Não! Quer dizer. Antes de ele morrer, nós brigamos, mas foi ele que terminou. Mas eu o vi abraçado com um amigo...
- E alguém se mata porque a namorada o viu abraçado com um amigo?
- Com amigo gay, talvez. André era muito vaidoso com sua imagem. Sobre o que iam penar sobre ele, se soubessem que terminamos por causa do Benedito.
- Ah, agora começou a clarear, o amigo era o Benedito, aquele que a senhorita denunciou como pedófilo e que ficou esclarecido que era tudo uma farsa... - Guilherme estava fazendo Valquiria entrar em seu jogo. Se ela não o matou, que Guilherme começa a achar que era o mais provável, sabia muito bem quem foi.
- Ele mesmo. Não aceitava que ele estivesse livre depois do que fez com minha prima. E agora estava dando encima do meu namorado. Jamais aceitaria isto... – Valquiria começa a chorar, mas ainda continua falando – sabia que ele esteve sumido, e que o André estava preocupado com ele. Vi quando o André entrou no carro dele, depois de sair da Biblioteca e os segui. Então eu os vi se abraçando. Fiquei cega de raiva, e parti para cima do André. O bicha ficou no carro, enquanto eu e o André brigávamos. O André disse que não gostava mais de mim. Depois do Benedito ter enchido a cabeça dele contra mim, eu sei. Me acusou te ter destruído a vida dele, mas e o que aquele veado fez cm a vida de minha prima... – Valquiria para um pouco, está ofegante. –Não matei o André. Ele foi com o Benedito de carro para casa, e eu fui na chuva a pé. Ameacei sim, mas não matei o André. Se tem alguém que vocês tem que investigar é o Benedito. - Valquiria começa a chorar, um choro forçado, que quase não saia lágrimas.
- Tudo bem menina – Guilherme já esta satisfeita com o depoimento. – já pode ir, mas não deixe a cidade, a qualquer momento iremos precisar te ouvir de novo.
Valquiria sai e Guilherme manda perguntar se encontraram Benedito. O policial responde que ele está no velório de André, e esta sem condições de falar. Ela pede que o vigiem, e que assim que passar o enterro quer vê-lo sem falta. Valquiria vai para casa, e não tem coragem de ir ao velório de André. Passa a noite em casa, até que decide olhar que livro era aquele que André esta carregando. Pega sacola da loja onde ia trocar as peças, tira o livro. Ele era de couro, com uma correia fechado-o. Abre a correria, e começa a folhear o livro. As folhas estão quase coladas umas nas outras, e ela vai abrindo-as com todo cuidado, tentando entender o que está escrito. Era latim. Tenta ler um pouco, e percebe se tratar de um livro de vida de santos. Só consegue entender isto. O livro não tem o carimbo da Biblioteca, e nem a ficha de empréstimos atrás. Ela julga tratar-se de um livro da coleção antiga da Biblioteca, mas se estranha, pois eles não são emprestados jamais. André devia ter roubado o livro, pensa ela. Coloca o livro novamente na sacola. Era sexta-feira. No sábado cedo seria o enterro de André. Não teria coragem de ir. Ficou na cama, até que adormeceu. Ficou todo o fim de semana trancada em casa. No domingo, o advogado veio conversar com ela, e disse que o Benedito também prestou depoimento. Disse que queira ir embora, mas o delegado o impediu, e recomendou que ele não deixasse a cidade. Mas que a suspeita maior era sobre ela. Bendito confirmou que ela os ameaçou de morte, e que antes de entrar em casa, André pediu para voltarem que tinha perdido uma mochila com um livro, e ele achava que Valquiria tinha pegado a mochila. Valquiria reconfirmou para o advogado tudo o que disse para o delegado, mas omitiu que realmente pegou a mochila de André.
- Bom Valquiria, não encontraram nenhuma pista. Parece que o assassino estava usando luvas, não deixou digitais. A cadeira estava torta, e as marcas nas costa de André indicam que ele estava abaixado, e que o golpe foi muito violento. Com muita força. Mas o motivo da morte foi à queda de sete andares. Seu apartamento foi revirado, como se estivessem procurando algo. O assassino aproveitou-se da noite de chuva, e desligou a luz do prédio. Todos pensaram que fosse uma falta de luz normal no dia de chuva. É melhor você evitar sair muito. E esteja sempre com o celular ligado caso eu precise falar com você.
Na segunda não teve aula. A professora Ermínia dispensou os alunos, dizendo que lamentava muito terem perdido de maneira tão trágica um de seus alunos que estavam iniciando sua vida acadêmica. Beatrix e a professora Márcia, ambas muito tristes, tiveram que prestar depoimentos. Beatrix disse que ele quase todo dia ia fazer pesquisas na biblioteca, e a professora Márcia contou que apenas dava as solicitações para a pesquisa por que ele demonstrava interesse pela matéria, e ela queria incentiva-lo ao estudo da Física. Quando foi interrogada sobre um livro que ele teria pegado na biblioteca, Beatrix disse que ele ainda não emprestara nenhum livro, e que os livros que ele pesquisava não podiam ser emprestados, dados seu valor. Márcia, ao ser interrogada pelo delegado se achava possível alguém pegar um livro escondido na biblioteca, ela disse que sim, e que inclusive já fizera isto quando era aluna. Ambas foram dispensadas, e o delegado estava cada vez mais convencido de que Valquiria era a verdadeira culpada. Mas ainda faltava uma prova que justificasse sua prisão.
Valquiria aproveitando o dia livre da aula, foi passear pelo shopping, trocar as peças de roupa, e decidir o que fazer com o livro. Seu pai teve que viajar a negócios e estaria dois dias fora da cidade. Valquiria querendo ficar sozinha dispensou a empregada por esses dois dias, dizendo que poderia se cuidar sozinha e a empregada também poderia folgar. Estava mais alegre, mas ainda pesava as acusações de assassinato. O advogado pediu que ela não saísse da cidade, e estivesse sempre alerta, e ligasse para ele a qualquer momento. Com um óculos escuro para disfarçar as olheiras do choro da véspera, Valquiria saiu em seu carro, para o shopping, lembrando que André jamais gostava de sair de carro com ela, e que dizia que um dia ela ainda os mataria. Bem, agora ela era acusada de matar-lo. Chegou no shopping, dirigiu-se para a loja onde ia trocar as peças. Todos olhavam para ela como se fosse uma atração de museu. Sabia que todos comentavam que ela não foi ao enterro, e que era acusada do crime. Trocou a roupa, e ganhou uma sacola maior. Tomou um sorvete, e ficou pensando que fazer com aquele livro. Envolta com seus pensamentos, nem percebeu a chegada de Benedito, com uma sacola semelhante à dela, pois saíra da mesma loja, a chamando:
- Valquiria, porque fez aquilo com o André?
- Não sei do que você está falando. Ah sim deve ser do crime que você cometeu. Você matou o André, Benedito! Você o levou para casa, esperou ele subir, cortou os cabos de luz e atacou-o. Você o matou assim como matou minha prima. –
Valquiria foi calada com um tapa de Benedito.
- Você sabe que não foi isso que aconteceu Valquiria. Eu não matei sua prima e nem o André. Ele era meu amigo. Jamais acontece nada do que você imaginou. E você sabe que não fui eu quem matou o André. Foi você. Vai ficar tudo provado, que foi você que matou ele. E ainda vou rir da tua cara na prisão. E tem mais garota. É bom você não atrapalhar mais a minha vida, senão a próxima a aparecer morta vai ser você. Não sou assassino, mas você, eu não me importaria de mandar para o inferno!
- Você vai pagar caro por esse tapa, sua bicha! E é bom me matar mesmo, porque senão eu acabo com você.
Valquiria pega sua sacola, que ficou jogada no chão, junto com a sacola de Benedito. Livra-se dos curiosos que os cercam, e sai. Benedito conversa com os seguranças do shopping, que estava chegando para dispersar o tumulto, explica que foi agredido por Valquiria e que apenas se defendeu. Pega sua sacola e sai. No caminho, fica pensando nas palavras de Valquiria, de que o mataria. Jura a si mesmo que se ela fizesse algo com ele, levaria ela junto. Valquiria, ainda sentindo o rosto queimar com o tapa de Benedito promete se vingar dele, assim que ficar esclarecido a história do assassinato do André. Vai fazer de tudo para provar que Benedito que matou André.
Valquiria chega em sua casa. Está sozinha. Coloca a ração para o gato que fica se esfregando em seus pés, querendo carinho. Não dá bola para o bicho e vai para o quarto. Esta cansada, e o que mais quer é um relaxante banho. Vai até a banheira, começa a enche-la e resolve experimentar as roupas novas que acabara de tocar. Sempre gostava de experimentar suas roupas no quarto, se olhando no espelho. Tira a roupa que esta usando, coloca seu roupão, e pega a sacola. Acha estranho que ela estivesse tão leve, pois o livro ainda estava lá. Quase entrando em desespero, despeja o conteúdo da sacola na cama: pares de meias masculinas, algumas cuecas, duas camisetas, uma bermuda, umas calças jeans e algumas revistas. No meio uma carteira de couro, com dois cartões de crédito, uma carteira de identidade, e alguns cartões de visita, todos em um único nome: Professor Benedito Ferri. Valquiria grita um palavrão de raiva. Joga tudo no chão e se desespera. No momento em que estava discutindo com Benedito, trocara as sacolas e nesse momento, ele deveria ter encontrado o livro, que poderia usar contra ele como prova contra ela no processo do André. Mas, refletindo melhor, se ele apresentasse o livro, não teria como provar que estava com ela, e como foi ele o último que viu André vivo...
Mais calma Valquiria resolve ir para o banho, a banheira esta quase transbordando. Começa a se despir das roupas intimas quando toca a campainha. Toca insistentemente, ela grita um já vai com um pouco de raiva, volta a vestir o roupão e sai para atender a porta.

- Tanto tempo que estou aqui, e quando estou entrando no banho me interrompem. Se não for nada importante vou mandar para aquele lugar... – a campainha continua a tocar. Ela grita que já está indo de novo e abre a porta, – Você? O que quer com....-
Antes que pudesse completar a palavra, Valquiria sente o aço frio penetrando seu ventre.


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