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Textos_Religiosos-->SAREPTA (local de Fé e Providência) -- 17/11/2006 - 17:59 (ANTONIO LUIZ MACÊDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SAREPTA
(LOCAL DE FÉ E PROVIDÊNCIA)
Antonio Luiz Macêdo

Sol de rachar. Céu extremamente azul. Terra esturricada. Esqueletos de animais. Vegetação ressequida. Lagoas secas. Calor insuportável. Vento forte. Poeira fina. Desfile de latas equilibradas em cabeças enrodilhadas. Fome. Cansaço. Crianças esquálidas. Desolação. Típica paisagem nordestina em épocas de calamidade.
Por incrível que pareça, esta realidade vivenciava-se numa cidade portuária da Fenícia, chamada Sarepta.
Você gosta de brincar com a imaginação? Faz bem pra você este exercício imaginativo? Imaginar é trazer para o coração as imagens de uma realidade distante, tentando vivenciá-la como um dos personagens, colocando-se dentro do episódio real. Podemos começar?!
A seca atingiu sua região. Você é viúva e tem um filho. O armário dos alimentos está praticamente vazio; com a procura maior do que a oferta os preços dispararam; não tem um centavo sequer; o carvão acabou; o pote está pela metade... É quase meio-dia quando você sai à procura de alguns gravetos para acender o fogo e cozinhar um pão, feito com o último punhado de farinha e uma colher de óleo que restaram. Seria a sua refeição derradeira e a do seu filho. A ansiedade é atroz. Você olha para o seu filho tão amado e conscientiza-se que não tem mais o que fazer. É o fim. É a sorte. É a sina. É a morte.
No caminho de volta, abraçando um feixe de gravetos, dá com um homem que se aproxima e pede um pouco de água e um pão. Qual o primeiro pensamento que vem à sua cabeça? E qual a sua atitude diante deste pensamento? Quem você escolheria condenar à morte: você e seu filho, ou aquele homem? Agora pare um pouco. De olhos fechados rememore detalhadamente esta narrativa. Aconteceu alguma mudança ou o seu pensamento continuou o mesmo?
Elias era um Profeta. Falava em nome de Deus. Tesbita e habitante de Galaad, fugiu em conseqüência da seca, por ordem do Senhor, da torrente de Carrit defronte ao Jordão, e foi enviado a Sarepta para que uma viúva o acolhesse e o sustentasse.
Naquela sociedade, as viúvas e os órfãos viviam à margem. Não havia quem os sustentasse e nem tinham como sustentar-se. Dependiam inteiramente de sociedades piedosas e das esmolas do tesouro do Templo.
Pois foi a esta viúva que o Senhor enviou o profeta; a uma viúva pagã. Ele pede água e pão.
- Pela vida de Deus, respondeu a mulher, não tenho pão cozido: só tenho um punhado de farinha na panela e um pouco de óleo na ânfora; estava justamente apanhando dois pedaços de lenha para preparar esse resto para mim e meu filho, a fim de o comermos, e depois morrermos. Elias replicou:
- Não temas; volta e faze como disseste; mas prepara-me antes com isso um pãozinho, e traze-mo; depois prepararás o resto para ti e teu filho. Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra. A mulher foi e fez o que disse Elias. Durante muito tempo ela teve o que comer, e a sua casa, e Elias. A farinha não se acabou na panela nem se esgotou o óleo da ânfora, como o Senhor o tinha dito pela boca de Elias.
Que mulher confiante! Que exemplo para os dias de hoje! Enquanto pessoas abarrotam as suas despensas e os seus armários, uma pobre viúva nos ensina o verdadeiro sentido da fé e da partilha. Habitante de uma região paganizada e idólatra, onde existia um deus para cada coisa e a gosto do freguês, ela acredita verdadeiramente na palavra do homem de Deus e se entrega, se rende, se queda, diante deste Senhor que havia tocado o seu coração. Esperando apenas a hora da morte chegar, ela renasce das cinzas da desesperança e do fatalismo quando Elias proclama:
- Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra.
E revestida de fé no Deus da fidelidade, fez como o profeta mandara e pôde experimentar durante muito tempo, a providência de Deus em sua casa.
Sarepta, uma viúva com o filho, o profeta e Deus. Tempo de morte e desolação, tristeza e dor. Mas quando o Senhor fala através dos seus mensageiros, e as suas palavras encontram abrigo em nossos corações, o deserto se mudará em fontes; a terra ressequida em vales verdejantes; e a fome, na abundância sem fim.
O mais extraordinário: Deus não mata a fome pela metade. Aquela viúva foi saciada no corpo e no coração. Tudo isso porque acolheu e acreditou nas palavras de um homem que lhe falou em nome do Deus do impossível. Em Sarepta será sempre assim – local de Fé e Providência.

(1Reis, 17)
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