Apatia mental e aniquilação do inconsciente
Ninguém verá a noite chegar,
Haverá densas nuvens de enxofre: cada intenso passo
[rumo à um oásis santo,
Retumbará insosso na areia insalubre da praia.
Toda paixão e toda fé ficarão ocultas
Na parede tácita aos rumores da existência
O espírito, carente de significação, elevará aos lábios
O cálice, cálido copo análogo à um seio formoso,
Somente para quebrar o silêncio da madrugada.
Chegará a hora de acordar, e opaco,
Estarei indiferente às órbitas, as ventanias,
[aos sacrilégios da vida civil.
E sei que na paz e na guerra, a paranóia
Constituída por passos intermitentes rente ao muro de musgos,
Não cessará, com a queda dos sinais de trânsito,
Não morrerá com as cartas de amor, com a última carta de amor...
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
|