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Cronicas-->Piquenique no shopping -- 16/02/2003 - 01:59 (Luis da Silva Araujo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há alguns dias, um grupo de pessoas resolveu ir ao shopping center no Rio de Janeiro e, por causa disso, os componentes desse grupo foram vigiados pela polícia, observados de perto pela segurança e, finalmente, sequer puderam entrar em algumas lojas que, simplesmente, fecharam as portas diante deles. Isto causou constrangimento àquelas pessoas e serviu para municiar de demagogia os noticiários do rádio, da televisão e dos jornais.
Teve cronista político e apresentador de tv soltando os cachorros em cima dos comerciantes, numa inconteste defesa daqueles sem-teto que só queriam, segundo eles, visitar um shopping - muitos, pela primeira vez na vida -, e se divertir um pouco, de certa forma, uma maneira de exercerem a sua cidadania.
Teve gente se desmanchando em lágrimas dizendo, diante das càmeras de tv, que só queria passear, andar de escada rolante e que tinha esse direito.
Claro que tinha. E, numa outra situação, certamente, ninguém iria impedir o passeio, visita ou seja lá o nome que tiver uma ida ao shopping num dia qualquer.
Não num dia como aquele, em que tudo seria (e foi) feito observando um ritual, tudo premeditado, uma excursão, um carnaval!
Num país onde a anarquia grassa como fogo e a propriedade, aqui e alhures, não é respeitada, o mínimo que alguém pode fazer para defender o seu direito, é exercer a prevenção. Isto porque a repressão, a defesa, ainda que prevista pela Lei, não funciona quando quem defende o faz imbuído do sentimento de salvação do seu gado, da sua lavoura, da sua fazenda, enfim, do seu recinto. Não importa que a força empregada na reação seja apenas compatível com a ação, ou, ainda inferior. A inversão de valores é tanta que a simples presença de um capataz de fazenda nas proximidades de um terreno invadido soa como ameaça aos invasores.
Desse modo é que a cada dia surgem mais e mais grupos de sem-isso ou sem-aquilo que até já começam a sofrer dissidências e que lançam ameaças terríveis capazes, por si sós, de desestabilizar o Estado de Direito. E contra esses, ninguém se levanta, ou, pouca gente se levanta. Podem tudo. E podem tudo porque têm a munição de que necessita a mídia para vender o seu peixe.
O país vai mal. Os sem-terra se amotinam em fazendas alheias, carneiam gado alheio diante dos olhos do país inteiro, ameaçam o dono do gado e da terra que precisa fugir para furtar-se à ira desses marginais; os sem-teto invadem prédios públicos e privados e, uns e outros, fazem da Justiça gato e sapato, descumprindo as reintegrações de posse como se o ato do judiciário fosse uma mera manifestação de vontade de um funcionário.
Claro que isso tem a ver com os visitantes do shopping. Até porque eles lá estavam num grupo organizado, em plena manifestação de protesto, seguidos pela televisão que acompanhava tudo e "dava uma força", certamente capazes de tudo, ainda que, entre lágrimas, dissessem o contrário.
"Melhor prevenir do que remediar" diria a avó de qualquer pessoa em qualquer situaçãozinha adversa.
E num país onde a desordem já é um flagelo, o governo é desgoverno, marginal dita a lei nos seu redutos e é reverenciado pelos moradores, o melhor mesmo é prevenir e prevenir sempre.


Indalus
Campo Grande-MS, 08.08.00 - 00:53

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