Uma negra me disse que não era cigana,
E numa brincadeira de tarô
Leu nas cartas o que eu já sabia,
Falou do que guardo em mim
Dentro do peito, o que eu já sentia.
Essa negra e seu tarô,
Numa mesa de cantina.
Essa negra adivinha
Pôs as cartas numa mesa,
Revelou a minha vida.
A negra, seu baralho e sua pele escura
Me fizeram possuir o Papa,
Ter o Sol e a Roda da Fortuna.
Disse-me do brilho, do caminho, do sucesso,
Deu-me um naipe de perseverança,
Deu-me a força de uma cigana.
Estranha revelação a um cético como eu.
Ver decifradas as virtudes da alma
Em três cartas somente.
Foi assim, numa mesa de cantina,
Que a mulher de pele escura
Desvendou a minha sina.
Alisson Castro.
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