Ser poeta é sina,
porque há sempre um exalar de perfume e dor em cada texto que o poeta assina.
É caminhar no fio da navalha, é as vêzes,
ser cruelmente retalhado ao resvalar em cada rima.
É gestar versos indóceis, querendo nascer...
nascendo são filhos pródigos que seguem seu rumo, deixando o poeta vazio,
para que de novo, ele possa "conceber".
Ser poeta é ver as coisas mais simples pelos olhos de uma abelha,
multifacetadas, e assim, enxergar detalhes mil,
onde os outros não conseguem enxergar nada.
Ser poeta é enfeixar todas as reverberações de um diamante,
ciente de que ele será sempre e tão somente, um mero matiz.
Ser poeta é conviver com uma sensibilidade imensurável,
que exalta e aniquila, que desnivela, que o eleva ao Reino de Deus e,
simultaneamente o rebaixa ao Reino de Hades... e,
em meio a estas tempestades que fulminariam o mais comum dos mortais,
ser poeta é caminhar sozinho, implorando ao mundo,
a compreensão de seus ideais! |