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Cronicas-->Um Cony baiano -- 16/02/2003 - 15:18 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um Cony baiano
JB.Guimarães
Depois de 12h de viajem, com destino a Salvador, cheguei em Vitória da Conquista (1200km). No hotel, peguei o único jornal que encontrei. Tratava-se do diário "A tarde". Queria esquecer a Folha de São Paulo e o Correio, sentir as letras de Rui Barbosa. Estava ávido por ler um crónica baiana, de Itaparica, um João Ubaldo. Folheei o jornal e, para minha decepção, nada encontrei. No outro dia, seguimos viagem.

A propósito, de Uberlàndia à BR 116 via Montes Claros e Salinas, a terra da cachaça, nenhuma novidade. O asfalto, merece ser dito, está um tapete e o tráfego é pouco. Da BR 116 até Conquista há pequenos trechos péssimos, mas não intransponíveis. De Conquista até Feira de Santana, eu diria que o asfalto está no de estilo António Carlos Magalhães: ora largo, ora estreito; nem de todo ruim, nem de todo bom; ora se xinga, ora se elogia. De Feira de Santana a Salvador, uma vez que é a chegada, está tal qual um cartão de visita. Não contraria o costume de todo o Brasil, de esconder o lixo debaixo do tapete.

No outro dia, já em Salvador (chegamos ainda cedo, por volta de 16h), como disse, ávido por uma leitura diferente, recorri à banca de jornal. Queria um jornal matutino. Só encontrei "A Tarde". Supus vespertino. Folheei e encontrei o que queria. Intitulava: "A crónica de sexta-feira". Mas era uma crónica de Cony. Ainda bem que ele não estava a reclamar de FHC. Falava de encontros e desencontros.

No sábado pela manhã, saí para comprar o matutino. O primeiro jornal que encontrei, adivinhe? "A tarde". Indaguei ao jornaleiro sobre outro jornal. Disse-me que "A Tarde" era o de maior circulação em Salvador. Mas justamente "A tarde"? Não poderia ser "A manhã"? Ele não entendeu a minha piada. Ainda bem... Perguntou-me se eu era carioca. Disse: "Mineiro". " Então você fala "trem bão". Disse que sim. Desejou-me boa estada.

Concordei com o "trem bão" para não espichar a conversa. Vá eu explicar que falava e por que agora não. Que a minha cidade, Uberlàndia, tem um identidade própria. Que ser Uberlandense é um algo mais que nascer na cidade, é, tipo Caetano, transcendental... Vá eu explicar por que em Uberlàndia tudo é melhor e maior; que se fala o melhor do mineiro, do paulista, do carioca, do baiano, do sulista, do nordestino... No jornal de hoje, no caderno de opinião, encontrei uma crónica de um escritor baiano, que pertence a Academia de Letras da Bahia, a discorrer sobre o X da Petrobrax. Boa. Mas queria mais! Queria um Cony baiano.

Uma viagem assim, de carro, é uma maneira de certificar-se da unidade nacional. Aqui (Salvador), como no sul, um garoto na esquina, pede dinheiro para o "Tio"; matam-se 20 pessoas numa favela e ninguém discute, matam-se filhos da classe média, nos melhores bairros da capital, aí todo mundo grita: Ahhh! Que calamidade... Cadê a segurança? Aqui, como na minha cidade, as avenidas belas e novas levam os nomes de políticos; aqui, também e sobretudo, assiste-se malhação...

São 9hs. Hoje o tempo está nublado. Há, salvo engano, perspectivas de frentes frias que virão do oceano. A minha cunhada está preocupada. Ela torce para que o sol apareça, a fim de que enchamos o saco de praia. Somos cinco... Mas enquanto o sol não vem, decidi que iremos passear pelos pontos turísticos da cidade. Coitado do meu cunhado. (Em tempo: No "A Tarde" de domingo li J.Ubaldo)

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