Adeus (*)
Vou partir, meu amor, e nunca mais
Hei de voltar aqui, onde meu sonho
Se iniciou tão lindo e foi risonho.
Saibas, não penso retornar jamais.
Despedida tristíssima demais.
Sigo desesperado e, já tristonho,
Percorro esse caminho.; só disponho
De mágoas, muitas dores - tantos ais.
Debaixo deste céu que nos cobriu,
Que, sempre azul, deitou-se sobre nós,
Não haverás de ver o meu perfil.
O tempo vai passar sem dó, veloz...
Na solidão, hei de morrer de frio.;
Cala-se, neste adeus, a minha voz!
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(*) Programa "Devaneio", Rádio Alvorada de Brasília, 16/02/1966. |