Esta imagem faz-me lembrar nós dois.
Tu um SER LINDO angelical,
Presa ao cosmos com os olhos postos na terra.
Eu um SER mais denso, mais material,
Preso na terra, com os olhos postos no cosmos.
Consumidos pela eterna saudade, Pelo eterno Amor.
Mas sempre deslocados em niveis diferentes.
Eu desejo subir e não me é ainda permitido,
Tu sacrificas-te á densidade da matéria,
Para estares comigo e me puxares para cima.
Numa demonstração de Amor e carinho.
Mas a minha hora de subir, eu ainda não permiti que chegasse.
Tu na tua forma subtil, bela, esbelta e triste.
Eu na minha forma bruta, densa e primitiva.
Tu emanando a tua energia infinita de paz e Amor.
Eu lutando e clamando por liberdade na minha densidade.
Tu fazes-me um gesto, vem liberta-te, sofro de Amor por ti,
É simples, tão simples como dar o primeiro passo.
Eu esbracejo enrraivecido de Amor por ti,
Mas não consigo ver essa simplicidade.
Para me livrar das minhas amarras, dos meus medos...
Tento entrar na sintonia do teu Amor com atitudes primitivas
Atitudes complicadas e amnesicas.
Não me permetindo eu proprio abrir os olhos e ver,
Que o verdadeiro e puro Amor está e compartilha-se
Nas coisas simples da vida, por vezes tão simples
Que é dificil aceitar que é ali que está a salvação de todos os males
Que é assim com essa simplicidade que se dá o primeiro passo,
Em direcção á liberdade e ao Puro Amor.
O cosmos na sua passividade gigantesca,
Assiste pacientemente a tudo, na sua sabedoria infinita.
Sabedoria essa repartida por toda a criação, incluindo nós humanos.
Que nos julgamos os unicos, os maiores, os senhores do mundo.
Mas não conseguimos perceber a sabedoria impressa em nossos átomos,
Como até as rochas o conseguem, na sua compleição inanimada.
Quim
12:50 06-03-2001
Dedicado a Vanda
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