Teu corpo me fascina, me excita, mas teus olhos não encontro.
Desejo encontrar a luz em teus olhos,
O brilho de um amor escondido.
Teu corpo em meu corpo parece juntar-se.
Entrego-me por inteira.
Desejo te amar.
Carícias em quatro paredes numa loucura de amor.
Vem! Desejo encontrar em teus olhos, teus desejos
Escondidos por medo de amar.
Naquela noite, bebemos o prazer de dançar,
Uma dança sensual, de amor, de paixão.
Dormimos.
Teus braços em volta do meu corpo.
Enroscados.
Tudo parece um frenesi, mas de doçuras contagiantes.
Momentos de segredos, mas não te encontro.
Teus olhos que busco desesperada, um olhar profundo,
Medos! Penso existirem.
Não foges de mim.
Olha nos meus olhos, enxerga-me bem perto de ti.
Não sei como tudo aconteceu.
Um toque, uma dança, um romper de tensões.
Estou aqui com vida e morrendo de coração.
Feliz por esta morte que não sinto o mal da dor.
Sinto o meu coração a sonhar um sonho ferido.
Que cura devo buscar? Em teu olhar?
Não encontro.
Foges dos meus olhos com medo de me encontrar.
Não encontro a mim em ti nos teus desejos de amar.
Parece que não anseias o amor reencontrar.
Permaneço feliz a morrer sem na tua vida estar.
Parto nesta ilusão como um tripulante de um navio.
Sei que um dia poderá naufragar.
Olho o horizonte e procuro ainda o teu olhar.
Vejo o verde-azul do mar sem dono
E sinto-me sem rumo, perdida sem nada encontrar.
Preparei toda a minha ousadia
Para lançar meu corpo nesse mar.
E nessas ondas de emoções poder um dia te encontrar.
Mas o mar tão revolto me levou para longe de te amar.
Fim próspero eu devo encontrar.
Horas felizes por poder te desejar.
Meu corpo cobiça pelo teu corpo
E, nessa ânsia, fico sempre a esperar.
Tudo o que uma ilusão possa me dá.
Teus olhos me parecem uma vitrine,
Onde viajo com o meu olhar e não posso te tocar.
Fico deslumbrada,
Mas como me aconchegar?
Ainda abservo encantada toda a imensidão desse mar,
Que vivo aprisionada na idéia de poder te encontrar.
Encanta-me os meus pensamentos
E, quero vivê-los em cada vão momentos,
Mesmo só nessa emoção, tentarei espalhar meu canto
Que por ti sinto nessa imensa escuridão.
Contemplo desfigurada o negro curso da vida
Que surgiu em minha direção.
Oh, amado ser! De olhos não vistos,
Que devo fazer para encontrar o teu amor?
Fico como um andante sem rumo nem destino,
Mas guardo meu amor sem preço,
Meu sonho é você...
Você... Você sendo a minha própria poesia,
Tudo aquilo que eu quero que a vida me dê.
Eu, sem pensar, tudo pediria,
E esse tudo seria você.
Sonhos, ilusões...
Que loucura pensar em te ter.
Seria tanta ilusão esse querer?
Não sei por que?
Sinto que tens todo o veneno da morte do amor,
De partir um coração e sangue derramar.
Sinto teus beijos me afogarem.
Eles têm um não sei o quê...
Por tudo isso, que vivo,
Só desejo pedir um pedacinho de você.
Mas, ainda desesperada por nada encontrar em teu olhar,
Morro cheia de espanto
Por não sentir em mim um pedacinho de você.
Quem sabe a solidão possa te encontrar,
E um dia tu possas dizer do amor que perdeste,
Que partiste sem nada dizer
E feriste o encanto do viver.
Desejo que o amor seja infinito enquanto dure.
Vivo na ilusão, sendo passageiro de amar você. |
