EMPREGO PARA OS JOVENS NO MUNDO GLOBALIZADO
O fenômeno da globalização é na atualidade a questão que mais desperta atenção nos meios políticos, acadêmicos, empresariais e também junto aos jovens. A abrangência do tema faz com que, dependendo da visão de cada um, a globalização seja instrumento de progresso ou de caminho para a decadência; de fortalecimento econômico e social de um povo, ou pretexto para dominação de seus destinos. Em razão disto, o “fenômeno global” deve ser objeto de reflexão desapaixonada, sem ceder aos apelos fáceis das conveniências políticas ou ao comodismo incompatível com nossas responsabilidades. No Brasil, segundo pesquisas, a maior preocupação da população, especialmente dos jovens, é o desemprego e, portanto, o emprego. A globalização atingiu o país no início da década, com a abertura da nossa economia. A partir do Plano Real, desencadeou-se um processo de mudança com fortes repercussões no comportamento desta. Todas essas mudanças atingem o quadro do emprego, especialmente o de boa qualificação técnica. Com vinculação direta à geração de emprego e renda, opera-se no país a reestruturação produtiva para enfrentar a concorrência externa. Tal fato, conduz à eliminação crescente de postos de trabalho em todos os setores da economia. O desemprego dentro da globalização deve ser enfrentado, num primeiro momento, pelo Estado, por meio de políticas públicas que aliviem os custos sociais e econômicos da transição. A médio e longo prazo, a sociedade e os trabalhadores devem procurar obter as vantagens da globalização, pela elevação do aumento da produtividade e da eficiência da economia, promovendo o chamado “desenvolvimento sustentável”.
O que seria uma política de emprego e renda para a juventude?
Defendemos, em linhas gerais, as reformas em curso, porque sem elas não haverá ambiente propício ao crescimento econômico estável. As reformas trarão, a médio e longo prazo, novos investimentos, nacionais e internacionais, e gerarão poupança interna.
Na geração de emprego e renda para os jovens, numa economia globalizada, parecem fundamentais dois aspectos: escolaridade básica e freio à urbanização. Escolaridade significa política consistente de incentivos para melhor preparo dos trabalhadores, inclusive, a preocupação de retardar o ingresso de jovens no mercado de trabalho, considerando que estes mais qualificados produzirão mais e melhor com a possibilidade de maior salário.
A urbanização é fator de permanente preocupação. Os fluxos migratórios para as cidades aumentam dia a dia e com eles a violência, o desemprego e a marginalidade. A estatística demonstra o aumento da população economicamente ativa nas cidades, que pressiona violentamente por empregos.
Especificamente para os jovens, defendemos o permanente treinamento no país, com a ajuda do FAT e outros organismos, visando o incremento da profissionalização entre os adolescentes. Tais ações seriam precedidas de pesquisa para identificar as áreas potenciais de maior demanda do mercado de trabalho. Cada área eleita teria uma “coordenação mista de jovens e trabalhadores do PSDC”. A palavra de ordem, numa política de geração de emprego e renda para jovens, será a profissionalização em setores específicos de atividade. O PSDC Jovem não se omite e enfrenta este desafio. Itaberaí está no contexto nacional, só que podemos mudar a situação de nosso lugar e sinalizando por este Brasil a importância do comprometimento político da Juventude.
Bruno Calil Fonseca
10/04/2000
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